Bandidos de farda

Bandidos de farda

De vez em quando deparamos com cenas que quase nos levam a pensar no tipo de testes ou avaliação a que são sujeitos os candidatos a polícias.

POR: José Kaliengue

Na qualidade e nos propósitos de tais testes, para ser mais claro. Há episódios verdadeiramente assustadores a envolver ou protagonizados por agentes da corporação. Alguns actos e a frequência com que ocorrem quase nos convencem que os indivíduos são escolhidos a dedo. Os bons ficam de fora, entram os malandros. Recebi ontem um vídeo do youtube – e de tantas proveniências que dá para perceber que já se tornou viral – em que surgem agentes da autoridade, no aeroporto de Luanda a extorquir da forma mais vergonhosa os passageiros. Há um cubículo em que entramos sempre para declararmos o dinheiro que transportamos. Normalmente há lá dentro dois ou mais agentes e é aí que eles se transformam de agentes da autoridade em reles bandidos. Ao meio do dia, um oficial superior da Polícia enviou-me uma mensagem a dizer que as imagens eram de 2013. Mais preocupado fiquei, a bandidagem na Polícia, seja ela fiscal, alfandegária ou de outro tipo, afinal vem de há muito tempo. A crise nada tem a ver com o caso. Soube depois que o agente que surge na imagem (e não estava sozinho) já foi expulso. A minha questão é: como entram e como são formados os agentes da autoridade do Estado? Temos um Estado ladrão que seleciona os seus semelhantes? Se calhar é melhor deixar de procurar, inspeccionar e detectar os maus polícias. O melhor é apanhar os bons e expulsá- los.