“Crónicas da Banda” de Fernando Martins chegam aos leitores do Lubango

O livro é uma colectânea de 120 narrações do quotidiano social, cultural e políticos reais, vivenciados no dia-a-dia do autor

“Crónicas da Banda” é o título da obra literária de Fernando de Sousa Martins, apresentada Sábado no Instituto Superior de Ciências de Educação, no Lubango.

O livro, publicado sob a égide da Editora Caxinde, tem uma tiragem de mil exemplares, junta 453 páginas e foi lançada por Maria Augusta Martins, viúva do autor. É uma coletânea de 120 narrações do quotidiano social, cultural e políticos reais, vivenciados no dia-a-dia do autor.

De acordo com o docente Carlos Kwelé, a quem coube a apresentação da obra, “Crónicas da Banda” é uma colectânea de crónicas escritas nos semanários Correio da Semana e Agora, no período de 1993 a 2013, um testemunho de homens e mulheres, conversas antigas, recentes e futuras do povo angolano, que pode não ter o que comer, mas tem sempre o que falar.

Disse que a obra resulta de um “ouvido apurado e curioso” para ouvir conversas alheias, mas também as conversas de bar, de lanchonetes que o vento leva, mas que a memória não apaga, refletem o que é falado no particular e pontificadas nas letras dos jornais. Realçou que o autor usou uma linguagem de acesso fácil, fazendo trocadilhos, que promovem neologismos semânticos e lexicais do linguajar angolano.

“A temática das crónicas apontam para os hábitos e costumes da banda, como os nossos óbitos e episódios, a traição, a infidelidade e suas intrigas entre muros e extramuros, a prática da justiça por mãos próprias, o descaso para com as cerimónias fúnebres, assim como também a denúncia subtil dos males que enferma a sociedade, crimes hediondos, excesso de poder, conformismo social, poluição sonora e descaracterização das zonas urbanas”, detalhou.

Por sua vez, Maria Augusta Martins referiu que o número de crónicas é apenas uma compilação feita pela família a pedido dos leitores para a sua edição, pois o autor deixou mais narrações e na oportunidade de lançar outras, vão selecionar mais algumas.

Reafirmou que o livro representa factos da vida real, principalmente de Luanda, uma vez que o escritor inseria-se na população e gostava de ouvir estórias, acrescentando ficção e humor.