Projecto “A Peça do Mês” do Museu de Antropologia movimenta acervo há dois anos

Projecto “A Peça do Mês” do Museu de Antropologia movimenta acervo há dois anos

O projecto visa divulgar as peças existentes no acervo do museu e propagar a sua importância como património cultural e nacional

Texto de: Antónia Gonçalo

“A Peça do Mês”, o proj e c t o desenvolvido pelo Museu Nacional de Antropologia, em Luanda, desde Agosto de 2016, tem movimentado o seu acervo através da exposição das várias peças que o compõem. A iniciativa destina-se a divulgar o acervo do museu e propagar a sua importância enquanto património histórico-cultural e nacional.

Desde a sua implementação já foram expostas mais de 20 peças. Trata-se das peças “Lilweka”, “Luena”, “O Pensador” (Kuku Kalamba), “Ndemba”, “Kiela”, “Kikondi”, “Mulondo” e “Cihongo” (Txihongo), “Kijinga”, Heholo”, “Mintadi, Mufuka, “Mondo” e a “Mwana-Pwô”, “Kibandu”, “Etemo”, Nsáse” e “Nsiki”, referentes a vários grupos etnolinguístico do país.

A responsável do Departamento de Investigação Científica, Engrácia de Oliveira, declarou a OPAÍS que o projecto tem atraído um vasto leque de visitantes interessados em conhecer a origem das peças em exposição.

“Os visitantes têm tirado proveito desta exposição. Antes de acederem às salas de exposições temporárias, entram em contacto com estas peças.

O projecto tem dinamizado o nosso acervo, com a presença sobretudo de estudantes”, explicou. Em termos de pesquisa para a elaboração da nota explicativa sobre a peça a ser exposta, Engrácia de Oliveira avançou que consulta alguma bibliografia na biblioteca do museu.

A responsável disse ainda que as várias peças expostas estão registadas em diferentes regiões do país. Peça em exposição Para dar sequência à exposição, está patente desde 10 do corrente a peça “Caixa de Rapé”, um recipiente utilizado para conservar tabaco em pó.

A peça é feita de madeira e ornada com latão, que fixa a pele de boi em que a tampa está suspensa. O utensílio, de uso pessoal, é usado por indivíduos de classe social superior, como os Sobas, que são considerados grandes consumidores de tabaco.

Região

A mesma é respeitante ao grupo etnolinguístico Nyaneka-Humbi, encontrando-se distribuída entre os Cokwê e os Nganguela. Consta que, em muitos grupos etnolinguísticos, o acto de abertura da “Caixa de Rapé” na presença do soba é sempre acompanhado por uma salva de palmas dos assistentes.

Outras utilidades

O tabaco em pó (rapé) serve como cigarro, portanto, para fumar, e também para curar a gripe e outras enfermidades, por inalação. Segundo a nota explicativa sobre a peça, em muitos casos, essas caixas são verdadeiras peças de arte, tal como se verifica em outros modelos. Elas constituem uma razão preponderante para o fabrico de caixas depositárias deste produto, revelando traços artísticos de grande qualidade e bom gosto, apresentando vários tipos de ornamentos.

As matérias-primas utilizadas são a madeira, marfim, cana de bambu, latão e folha moldada. As suas dimensões variam entre 6 a 50 centímetros de altura.

O projecto

O projecto “A peça do mês” visa divulgar as peças existentes no museu, bem como propagar a sua importância patrimonial e cultural nacional, incluindo a sua função social, discrição e origem, daí a premência de os cidadãos visitarem Caixa de Rapé, exposta no museu o espaço.