Persiste a vigília para destituição de Lucas Ngonda

Persiste a vigília para destituição de Lucas Ngonda

Faz hoje 4 dias desde que militantes fundadores da FNLA pernoitam à porta da sede do partido na tentativa de se reunirem com o actual presidente da FNLA, Lucas Ngoda, para exigirem a sua destituição

Texto de: Iracelma Kaliengue

O presidente da FNLA, Lucas Ngonda, absteve-se, até ontem, Quinta – feira, de receber os 312 membros do seu partido vindos das 18 províncias do país com o objectivo de dialogar sobre a real situação da organização. Lucinda Costa, porta-voz do grupo, afirmou a OPAÍS, que os militares prometem não deixar o local até que sejam ouvidos.

Referiu que Quarta- feira (05) os idosos foram agredidos por jovens que, supostamente, foram orientados pelo secretário do partido, de formas a forçá-los a deixar o local.

Os militantes permanecem no local e afirmam mesmo que o encontro foi marcado por Lucas Ngonda, na sequência de uma petição de 12 antigos combatentes (anciões) da FNLA, chefiados por Manuel Baptista Fula Fula, um dos fundadores do partido. Para além dos 12 anciões, rumaram para o recinto outros 300 militantes para se inteirarem das posições do presidente face a situação da formação política, que conseguiu fazer eleger apenas um deputado, dos 220, na Assembleia Nacional. Segundo Lucinda da Costa, o encontro estava previsto para Terça-feira às 10 horas, tendo sido alterado para as 12 horas do mesmo dia, mas até ao momento não foi realizado.

“O presidente alega que o encontro não pode ser acompanhado pelos meios de comunicação social e ser restrito aos 12 anciões”, informou a porta-voz, para quem os outros militantes encontram-se fora do recinto e desde às 10 horas de Terça-feira que há condições para o referido encontro.

Questionada sobre os objectivos do mesmo, disse que preocupados com a situação da FNLA, actualmente com um deputado na Assembleia Nacional, os anciões e militantes querem a renúncia de Lucas Ngonda da presidência e a convocação de um congresso inclusivo, que consideram ser a via para a reconciliação interna.

Declarou que o mandato oficial de Lucas Ngonda, de quatro anos, enquanto presidente da FNLA, termina dentro de cinco meses. Adianta que “o Congresso do Huambo (deste ano) não tem validade, por incorrer em muitos vícios, por não ser representativo e violar os princípios estatutários”, disse Lucinda Costa.

“Os anciões presentes representam as 18 províncias do país”, reafirmou. “Não temos outra escolha, Lucas Ngonda deve deixar o partido”, afirmou o ancião Fula Fula, que garantiu a permanência dos anciões e dos militantes no secretariadogeral da FNLA até que o encontro com o líder partidário se realize.