Mais de mil empresas privadas chinesas de vários sectores estão interessadas em investir no país. A intenção foi manifestada, ontem, Segunda-feira, 10, durante uma reunião de empresários chineses, fez saber o presidente da CAC (Câmara de Comércio Angola-China), Arnaldo de Sousa Calado, em exclusivo ao OPAÍS
Texto de: Patrícia Oliveira
As empresas privadas da China têm mostrado um interesse crescente em expandir os seus negócios em África, escreveu a agência noticiosa Xinhua, citando empresários que participaram num recente encontro económico sino- africano. Segundo o presidente da Câmara de Comércio Angola-China, Arnaldo Calado, que foi ouvido em exclusivo pelo OPAÍS, logo após a reunião que teve lugar ontem, “é cada vez mais visível o interesse de empresas chinesas em investir no país, mas é preciso aumentar o volume de capital e acompanhar as negociações”, sublinhou.
Calado avançou que as referidas empresas também têm algumas exigências para poderem investir no país. Por esse motivo, prosseguiu, “ há a necessidade de melhorar o ambiente de negócios. Vamos negociar consoante os projectos apresentados, depois de passarem pela negociação com o Governo angolano”, disse.
Em sua opinião, esse interesse dos empresários chineses é um bom sinal, porque Angola precisa de investimentos, no entanto, é preciso que estes fiquem associados aos empresários angolanos, “porque queremos alavancar a economia angolana e os empresários nacionais”, referiu, o presidente da Câmara de Comércio Angola-China.
Cimeira muito concorrida A Cimeira de Cooperação do Sector Privado China-África, que decorreu na passada quinta- feira em Hangzhou, capital da província de Zhejiang, contou com a participação de mais de 300 representantes de governos, empresas privadas e instituições de pesquisa da China e de África.
A capital de Zhejiang é a base de muitas das empresas privadas mais bem- sucedidas da China, casos da Alibaba e Netease, que representaram em 2017 quase dois terços do Produto Interno Bruto da província.
O grupo Futong é uma das 500 maiores empresas privadas da China em 2017 e líder no fornecimento de cabos e fibra óptica, estando já presente em África, nomeadamente no Quénia, Nigéria, Seicheles e Angola.
Estatísticas do Ministério do Comércio da China revelam que o comércio entre a China e África atingiu USD 170 mil milhões em 2017, um aumento anual de 14,1%. Nesse ano, a China colocou produtos em África no valor de USD 94,74 mil milhões, um acréscimo anual de 2,7%, tendo as importações aumentado 32,8% para atingir USD 75,26 mil milhões.