Estatísticas dos Bancos da CPLP apresentada em Benguela

Estatísticas dos Bancos da CPLP apresentada em Benguela

Termina hoje o “Encontro de Estatísticas dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa”. Ocorrendo na província de Benguela, na cidade das Acácias Rubras, é a segunda vez que Angola é anfitriã desta reunião da banca, de cariz internacional.

Texto de: Zuleide De carvalho

Numa conferência com a duração de dois dias, que hoje termina, os bancos centrais dos países que compõem a CPLP enviaram representantes a Benguela para discutirem dados estatísticos com países irmãos, visando a troca de experiências. Trata-se do “X Encontro de Estatísticas dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa”.

Por cá, este ano, Macau, Timor-Leste e Brasil são as novidades, estando a organização atribuída ao Banco Nacional de Angola, (B.N.A.).

Ontem e hoje, “O Papel das Estatísticas na Prevenção de Riscos e Vulnerabilidades do Sistema Financeiro” é o tema sobre o qual se debruçam membros administrativos de bancos centrais de oito países lusófonos. De África, América, Ásia, Ocenia e Europa, fizeram-se presentes neste encontro multi-nações da banca: Moçambique, Cabo-Verde, Angola, São Tomé e Príncipe, Brasil, Macau, Timor-Leste e Portugal.

Ciente de que “Angola atravessa uma conjuntura económica desafiante, devido à queda do preço do petróleo”, a Tiago Dias, vice-governador no BNA, coube apresentar os dados estatísticos do Banco Nacional de Angola aos países visitantes.

Estando essa fase negra a durar desde 2014, os índices do banco central de Angola reflectem as dificuldades económicas características do país nos últimos anos.

Todavia, à imprensa foi dito que perguntas sobre divisas não seriam respondidas. O vice-governador Dias garantiu aos países convidados que “a economia angolana passa agora por uma fase de estabilização”, reconhecendo que do petróleo provinha “a principal fonte de receitas fiscais e de exportação do país”.

Para reverter esse quadro, numa meta estabelecida pelo Executivo, a cumprir de 2017 até 2022, constam as prioridades: “aumento da produção interna”, seguida de “diversificação das exportações e substituição das importações”, enunciou aos presentes. Esse dinamismo gerará “consolidação fiscal, criação de melhor ambiente de negócios, atracção de investimento financeiro”, culminando nos “ajustamentos no mercado cambial”, expôs o representante do BNA.

Dessas medidas, uma mais-valia seria certamente de se possibilitar ao cidadão comum alguma folga na compra de divisas na banca comercial, estando a moeda estrangeira extremamente difícil de se aceder em Benguela.

Impacto da divulgação das estatísticas Para este membro do corpo da administração do BNA, é importante que o nosso país continue a apostar na divulgação das estatísticas associadas à macro-economia nacional, pois, a seu ver, dános “maior visibilidade” a nível internacional.

E, dado o peso que uma amostra representativa bem estudada pode ter, no processo decisório, quer social, económico ou político, Tiago Dias crê que deve haver mais aprimoramento nos dados estatísticos produzidos pela banca.

A primeira vez em que Angola acolheu este colóquio foi em 2005, na capital. Passada mais de uma década, a “Cidade das Acácias Rubras” é a anfitriã dessa troca de experiências de gestão financeira bancária.-