Incendiário de ndalatando volta a atacar

Incendiário de ndalatando volta a atacar

Depois de curta pausa, o incendiário de n’dalatando voltou a semear a dor ao queimar dois automóveis ligeiros na noite do último domingo, 9, nas imediações do Estádio dos dinizes

Texto de: André Mussamo

Desta vez foi queimada uma viatura de marca Hyundai H1, pertença da Escola Superior Pedagógica de NDalatando e um Toyota Corolla, cujo proprietário não foi possível apurar. Testemunhas no local dizem que enquanto a Polícia intensificou o patrulhamento a altas horas da noite e madrugada, o estranho personagem ou grupo de malfeitores executou a sua acção por volta das 22 horas daquele dia.

As viaturas estavam parqueadas próximo de uma oficina de automóveis onde se julgava que estavam seguras. De outras fontes que apelaram ao anonimato, OPAÍS apurou que o incendiário terá deixado nova mensagem depois da primeira em que dizia “sou o vosso pesadelo”, deixada na Escola 20, apenas algumas dezenas de metros do Palácio do Governador.

Desta vez terá sido colocada uma mensagem num urna para denuncias anonimas que as autoridades locais decidiram colocar em alguns dos largos da cidade. Sabe-se que a mensagem terá sido dirigida ao governador, mas as fontes deste jornal preferiram não cita-la textualmente.

Enquanto isso, o cidadão Joaquim Lutambi, apontado recentemente pelas autoridades policiais como um putativo envolvido no crime, foi libertado na semana passada, não tendo sido possível apurar se sob caução ou ilibado das suspeitas. Lutambi é igualmente secretário nacional do Bloco Democrático para a Juventude e a sua detenção terá promovido uma troca de farpas entre a autoridade policial local e aquela família política que alegou “perseguição política” ao seu militante.

Entre os residentes na Cidade Jardim, a sensação de insegurança aumenta. Todos redobram a atenção ao seu património receando o pior. Cidadãos contactados condenam as ocorrências. “Seja quem for e quais os motivos por detrás destas acções, não está correcto destruir bens preciosos de cidadãos inocentes”, desabafou uma cidadã em N’Dalatando contactada por telefone.

Os crimes em série do(s) incendiário(s) de Ndalatando, que já destruíram mais de 4 dezenas de veículos diversos, levaram recentemente uma delegação de altas patentes do Comando Geral da Polícia Nacional à capital do Cuanza-Norte. Sabe-se que os órgãos de defesa e segurança têm-se desdobrado em operações de caça ao homem.

Às noites e madrugadas os transeuntes são interpelados. S. N. um cidadão residente em Luanda e que recentemente esteve em Ndalatando a visitar a família, contou que apesar de não estar instituído um recolher obrigatório, a “situação se assemelha a isso”.

De uma maneira geral, as medidas tomadas pelos órgãos de defesa têm a aprovação dos cidadãos que apelam ao redobrar dos esforços com vista a colocar um ponto final a esta série surreal de crimes que até há pouco eram conhecidos apenas pelos enredos da Sétima Arte.

A queima de carros em Ndalatando começou no segundo trimestre deste ano e até agora não foi apresentada nenhuma informação sólida sobre o facto. Tudo quanto a Polícia diz é que está a trabalhar no caso.