Não depende dos políticos

Não depende dos políticos

António Costa, primeiro-ministro de Portugal, diz não entender que as relações entre o seu país e Angola, ou mesmo entre os países da CPLP, dependam dos azeites dos políticos e da orientação ideológica do partido que está no poder.

Por: José Kaliengue

Tem toda a razão, no plano político, porque é o que tem acontecido, infelizmente, sobretudo porque surge sempre, aqui ou lá, algum iluminado que pretende dar lições ou que chora dores que não lhe pertencem. E há os obstinados por se fazerem conhecer como uma espécie de polícias de costumes em permanente vigilância sobre a vida alheia.

Estas pessoas tendem sempre a ser ultrapassadas pelo rumo das coisas. Ficam agarradas a causas que depois procuram alimentar com aquilo que já não é, já passou.

Costa tem destes no seu partido socialista. Costa tem razão porque leu bem o que se passa. É que, marimbandose para os políticos, como se diz por cá, os primos, tios e amigos, o povo, têm a sua própria agenda, escrita com leras de amizade e de cumplicidades que os parlamentos e governos não entendem.

Angolanos e portugueses encontram- se, buscam-se mutuamente, partilham o sangue, mais do que a língua que os políticos gostam de esgrimir, mais do que negócios, mais do que o futebol.

Há muito de Angola nas veias de portugueses, tal como há muito de Portugal nas veias de angolanos. Que se entenda de uma vez, amar não depende dos políticos.