Fake Ouê?

Fake Ouê?

É verdade. Mocinha está a tequetar. Na sua mente, grassa cada vez mais a ideia que a distância da palavra ao acto é menor do que se pode imaginar. É como uma salada russa recheada de dúvidas e incertezas onde, por vezes, a desgraça de uns chega a constituir motivo de satisfação de outros. A nova era digital não está com brincadeiras.

POR: João Rosa Santos

O instagram, whatssap, Twitter, snaptchap, Facebook, quando não devidamente utilizados, é puro veneno que faz estragos. Nas redes sociais, numa fracção de segundos se pode passar de bestial à besta. Vezes sem conta, a honra, os valores, pouco ou quase nada valem, o contraditório ou o abono da verdade nem sempre são eficientes ante a proliferação de boatos ou ardis nas novas tecnologias de informação. Mocinha nos dias de hoje nada mais quer com as selfies. Os incômodos não dão paz, tudo rola a velocidade de cruzeiro. Certo ou errado, a publicação de matérias ou factos, vezes há que, num ápice, se transformam em linchamento que faz lembrar ao diabo, para surpresa, indignação, alegria ou tristeza de muitos. A seu ver, o assunto é complexo e desconcertante. O que se aflora nem sempre traduz a verdade. O busílis da questão reside no factor humano, quando este ou aquele, faz ruído e tira proveito das redes sociais para enaltecer, denegrir ou lixar outrem. Mocinha tem consciência que a estrada do mal ou bem-fazer está livre, é vulnerável. Noticias falsas circulam a granel, as emboscadas sucedem-se, quase ninguém está imune a algumas pinceladas de má-fé, por via de regra sem direito a defesa prévia. Para ela, é bem-vinda a popularização e proliferação de canais de informação. O que lhe dá cabo do miolo é a sua utilização, particularmente quando usadas para fins menos lícitos e com objectivos de difamar ou queimar a imagem do próximo. Quando assim acontece, as feridas jamais cicatrizam, fulminam famílias, provocam vítimas. Mocinha está baucada, já pasmou e tombou no ouvi dizer. O quê, quando, onde, eu mesmo? Perguntas que, infelizmente, até hoje continuam sem respostas, que lhe machucam o coração e lhe fazem caminhar de cabeça baixa, tamanhas foram as consequências ao seu bom nome, reputação e imagem. Os desmentidos e esclarecimentos, de pouco ou nada serviram pois a sua cara segue suja. Está certa que o clima de abuso, o caldo em que fervem notícias falsas é crime, lesa sobremaneira o direito a privacidade e presunção de inocência de cada um. Por isso, exige e clama pela urgente descoberta de antídotos capazes e eficazes de combater sem relativismos esta distopia tenebrosa. Afinal aqueles que nunca mudam de ideias nunca mudam nada.