Ciclo de Cinema Messu prossegue no auditório do Banco Económico com duas sessões

Ciclo de Cinema Messu prossegue no auditório do Banco Económico com duas sessões

A antestreia do ciclo com a curadoria de Maria do Carmo Piçarra coube ao documentário “O canto do Ossobó“ do realizador, Silas Tiny, de São Tomé e Príncipe e prossegue até ao dia 11 do mês em curso.

A II Edição do Ciclo de Cinema Messu, que decorre desde Sexta-feira,26, no auditório do Banco Económico em Luanda, entra hoje na sua quarta sessão com a exibição de “Djambo – Chico Carneiro“, da realizadora Catarina Simão e “Kuxa Kanema: o nascimento do Cinema“, produzido por Margarida Cardoso, ambas de Moçambique. O primeiro é um documentário com a duração de 52 minutos, acompanha Carlos Djambo, um antigo fotógrafo-guerrilheiro, numa viagem de revisitação aos locais onde documentou a luta de libertação e o processo de reconstrução de Moçambique após a i ndependência. Já o segundo, com a mesma duração, espelha a primeira acção cultural do Governo moçambicano, após a independência em 1975, focado na criação do Instituto Nacional do Cinema (INC).

São cinemas nacionalizados e unidades de cinema móvel mostrando, por todo o país, a mais popular produção do INC, o jornal cinematográfico Kuxa Kanema, cujo objectivo era “filmar a imagem do povo e devolvê-la ao povo”. Através dessas imagens e das palavras das pessoas que as filmaram, dá-se a conhecer o percurso de um país, que se desmoronou, pouco a pouco, com o ideal de “um cinema para o povo”, e com os sonhos das pessoas que um dia acreditaram que Moçambique poderia vir a ser um país diferente. Quinta-feira, 4 de Outubro, o quinto dia do ciclo, as sessões desenrolar- se-ão à volta do filme Nelisita, produzida por Ruy Duarte de Carvalho, uma ficção de 64 minutos narrando a fome que domina o mundo, restando apenas duas famílias. Desta família, um dos homens parte em busca de comida e encontra um armazém onde certos “espíritos” guardam enormes quantidades de géneros alimentícios e roupas.

Este apropria-se do que pode transportar e volta mais tarde, acompanhado pelo seu vizinho, que acaba por denunciá-los aos “espíritos”. Estes curiosamente, aprisionam todos excepto uma mulher grávida, para que ela venha a ter o filho. Assim nasce Nelisita, aquele que se gerou a si mesmo e consegue ludibriar os “espíritos”. Trata-se da adaptação de duas peças da tradição oral nyaneka-humbe. O ciclo com a curadoria de Maria do Carmo Piçarra é uma sequência da I edição, que homenageou o cinema angolano, a presente edição celebra “A Geração da Utopia – Os Cinemas das Independências”, relembrando o Internacionalismo Cinematográfico e Pan- Africanismo que uniu a “Geração da Utopia”. Esta II edição, conta com a projecção de obras nascidas no âmbito das lutas de libertação nacional na África de língua portuguesa.

Além das sessões em curso, serão ainda apresentadas pesquisas actuais, feitas pelas novas gerações nascidas na pós-independência, sobre como o cinema, a fotografia e a rádio que foram usados como armas, através das linguagens do documentário e da vídeo- arte que olham, retrospectivamente, as marcas da vivência colonial e reflectem sobre as novas identidades nacionais. A presente edição do ciclo é uma iniciativa do Banco Económico em parceria com a This Is Not A White Cube.A II Edição do Ciclo de Cinema Messu, que decorre desde Sexta-feira,26, no auditório do Banco Económico em Luanda, entra hoje na sua quarta sessão com a exibição de “Djambo – Chico Carneiro“, da realizadora Catarina Simão e “Kuxa Kanema: o nascimento do Cinema“, produzido por Margarida Cardoso, ambas de Moçambique.

O primeiro é um documentário com a duração de 52 minutos, acompanha Carlos Djambo, um antigo fotógrafo-guerrilheiro, numa viagem de revisitação aos locais onde documentou a luta de libertação e o processo de reconstrução de Moçambique após a independência. Já o segundo, com a mesma duração, espelha a primeira acção cultural do Governo moçambicano, após a independência em 1975, focado na criação do Instituto Nacional do Cinema (INC). São cinemas nacionalizados e unidades de cinema móvel mostrando, por todo o país, a mais popular produção do INC, o jornal cinematográfico Kuxa Kanema, cujo objectivo era “filmar a imagem do povo e devolvê-la ao povo”. Através dessas imagens e das palavras das pessoas que as filmaram, dá-se a conhecer o percurso de um país, que se desmoronou, pouco a pouco, com o ideal de “um cinema para o povo”, e com os sonhos das pessoas que um dia acreditaram que Moçambique poderia vir a ser um país diferente.

Quinta-feira, 4 de Outubro, o quinto dia do ciclo, as sessões desenrolar- se-ão à volta do filme Nelisita, produzida por Ruy Duarte de Carvalho, uma ficção de 64 minutos narrando a fome que domina o mundo, restando apenas duas famílias. Desta família, um dos homens parte em busca de comida e encontra um armazém onde certos “espíritos” guardam enormes quantidades de géneros alimentícios e roupas. Este apropria-se do que pode transportar e volta mais tarde, acompanhado pelo seu vizinho, que acaba por denunciá-los aos “espíritos”. Estes curiosamente, aprisionam todos excepto uma mulher grávida, para que ela venha a ter o filho. Assim nasce Nelisita, aquele que se gerou a si mesmo e consegue ludibriar os “espíritos”. Trata-se da adaptação de duas peças da tradição oral nyaneka-humbe.

O ciclo com a curadoria de Maria do Carmo Piçarra é uma sequência da I edição, que homenageou o cinema angolano, a presente edição celebra “A Geração da Utopia – Os Cinemas das Independências”, relembrando o Internacionalismo Cinematográfico e Pan- Africanismo que uniu a “Geração da Utopia”. Esta II edição, conta com a projecção de obras nascidas no âmbito das lutas de libertação nacional na África de língua portuguesa. Além das sessões em curso, serão ainda apresentadas pesquisas actuais, feitas pelas novas gerações nascidas na pós-independência, sobre como o cinema, a fotografia e a rádio que foram usados como armas, através das linguagens do documentário e da vídeo- arte que olham, retrospectivamente, as marcas da vivência colonial e reflectem sobre as novas identidades nacionais. A presente edição do ciclo é uma iniciativa do Banco Económico em parceria com a This Is Not A White Cube.