Ministro quer imprensa que valorize boas práticas

Ministro quer imprensa que valorize boas práticas

A imprensa angolana precisa imprimir uma nova atitude na prática de comunicar, que passe por valorizar as boas práticas, criticar de forma factual e objectiva, assim como denunciar o vandalismo dos bens públicos, defendeu hoje, no Lubango, Huíla, o ministro da Comunicação Social, João Melo.

Ao dissertar o tema “A verdadeira função do jornalista”, numa palestra dirigida à profissionais da área e estudantes universitários de comunicação, o governante reconheceu que nesta nova fase que o país vive há um ano, a imprensa tem contribuído para melhorar a vida dos angolanos, mas é preciso começar-se a pensar em outras atitudes, para que esse momento se consolide.
Referiu que o primeiro papel que competia a imprensa pública, neste primeiro ano da nova liderança, “já foi cumprido”, pelo que afirma ser preciso entrar num novo ciclo, em que se deve ajudar a mobilizar a sociedade para resolução dos problemas sociais.
Para o ministro João Melo, “esse novo ciclo” deve valorizar as boas práticas, indo atrás de “bons exemplos”, para que se repliquem. Apelou aos órgãos de Comunicação Social a criticarem, mas críticas factuais e objectivas que levem a melhorar a governação.
Admitiu que na última década, a imprensa, sobretudo pública, “mostrava um país de fantasias e hoje sabemos que não era aquilo que víamos”.
“Os jornalistas são uma espécie de confraria global, tendem a ter os mesmos pontos de vista e algumas dessas tendências globais, nos afectam todos os dias, como confundir o jornalismo com activismo ou o jornalista com um justiceiro. Uns estão a optar por ataques sistemáticos à pessoas e instituições, outros ainda vão para o opinativo, pensam que sabem tudo. Vivemos numa espécie de império de opinião, mesmo sem ter dados. Isso empobrece o jornalismo”, ressaltou.
Adiantou que hoje também confunde-se o jornalismo com as redes sociais, considerando que nessa última não há contraditório, pois o blogueiro nem sempre é jornalista, mas são essas as tendências que circulam e acabam por “contaminar” a postura da mídia profissional.
Fez saber que o Departamento Ministerial por si tutelado está a criar as condições para um sistema de comunicação aberto e plural, para que o exercício da profissão seja executado de acordo com as “boas” práticas profissionais, independentemente das linhas editoriais.
A palestra, que reuniu quase cem pessoas na mediateca local, enquadrou-se no lançamento do primeiro Jornal Regional “Ventos do Sul”, sob tutela das Edições Novembro, que vai abordar temáticas da Huíla, Namibe, Cunene e Cuango Cubango.