Terra do Futuro prevê aumentar produção de ração para peixe

Terra do Futuro prevê aumentar produção de ração para peixe

O projecto Terra do Futuro, que produz mensalmente cerca de 240 toneladas de rações diversas para o crescimento da tilápia (peixe cacusso), quer duplicar a produção nos próximos meses

Localizada a 100 quilómetros do município da Quibala, a unidade, que desde Janeiro do ano em curso deu início à produção de ração para a tilápia, pretende duplicar nos próximos meses a sua capacidade de produção caso aumente a demanda por parte do mercado, garantiu uma fonte deste jornal. A empresa produz actualmente rações para as diferentes fases de crescimento da tilápia, desde alevinos (peixes recém saídos do ovo) até à fase adulta.

Em 2016 e 2017, o sector produtivo do peixe registou uma baixa no mercado por falta de ração em consequência da crise financeira e também da subida elevada dos juros comerciais, que actualmente rondam os 29%, segundo a fonte da empresa.

Apesar da existência de um mercado para a ração no país, alimentado por empresários que buscam maioritariamente o produto no exterior em detrimento do produzido localmente, um dos responsáveis do projecto Terra do Futuro apontou ainda, entre outros constrangimentos, a falta de produtividade agrícola, por não existirem créditos para campanhas de fazendeiros ou fazendas de porte superior a cinquenta hectares.

Por outro lado, segundo a fonte, os preços praticados na indústria hidráulica de tubos em Angola constituem um outro problema que também têm atravessado. Neste campo, os preços acabam por ser cinco vezes mais caros do que o mesmo produto importado, por exemplo, de países como a África do Sul.

A fonte aumentou também o facto de algumas indústrias que se dedicam à produção de ração para animais como galinhas, porcos e peixe exportarem os seus produtos para outros países ao invés de abastecer o mercado nacional. “Boa parte dessas indústrias são detidas por cidadãos estrangeiros”, acrescentou.

O projecto “Terra do Futuro” foi erguido no quadro das acções do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2013/2017, que visa, entre outros, contribuir para o fortalecimento do sector piscícola e para a independência alimentar do país.-