Futuro Museu do Reino do Kongo pode contribuir na salvaguarda e valorização do património cultural

Futuro Museu do Reino do Kongo pode contribuir na salvaguarda e valorização do património cultural

A informação foi avançada em Luanda, pelo académico Ziva Domingos, no Ciclo de Conferências sobre “Antropologia em Angola” e as suas diferentes fases, promovido pelas embaixadas da França e da Alemanha, em Angola, no âmbito da valorização do património cultural angolano.

O antropólogo Ziva Domingos, adiantou em Luanda, que o Futuro Museu do Reino do Kongo poderá contribuir na salvaguarda e valorização do património cultural. O académico fez estas revelações no recém – realizado Ciclo de Conferências sobre “Antropologia em Angola”, do qual foi prelector e referiu que para a concretização deste desiderato é necessário que estejamos em estrito contacto com a nossa Cultura e Historia. O especialista recordou que esta tarefa de preservação e promoção da nossa Cultura é colectiva e nacional, antes de se tornar universal; e nesta óptica, os museus constituem os tais meios mais adaptados para alcançar este propósito. Salientou que nesta dinâmica da Salvaguarda e Valorização do Património Cultural do Reino do Kongo, a referida instituição museológica, continua e continuará a ser um espaço de questionamento para o povo angolano e a humanidade.

Citando Alpha Oumar Konaré 1995, o especialista disse não haver outra escolha, caso olhemos profundamente para nós mesmos, sob pena de sermos condenados a aplaudir os outros e ficarmos sempre atrás, toda vez que surgir uma ideia nova. Ainda no que diz respeito ao Museu do Reino do Kongo, situado em Mbanza Kongo, capital da Província do Zaire, Ziva Domingos salientou que, para melhor percebermos a nossa Cultura e História, devemos pensar atenciosamente nos meios mais adaptados para salvaguarda do nosso património cultural. O acervo O Museu em questão possui 115 objectos, 94 dos quais expostos e 21 no Depositário. É um acervo constituído na sua maioria por objectos de uso pessoal dos últimos reis, entre os quais D. Pedro V, o Ntotela Ntinu Nekongo que já reinava em 1878.

Embora tenha sido criado logo nas primeiras décadas após a Independência, O Museu dos Reis do Kongo, nunca viu a sua missão definida nem o seu estatuto reconhecido por um diploma legal. Conta com seis salas temáticas. A primeira, dedicada às migrações, fixação, distribuição e composição dos Povos Kongo. A segunda, aborda o território e limites do antigo Reino Kongo e a terceira, a organização sócio-político e económica Kongo. A quarta sala dá uma panorâmica sobre a evolução histórica da cidade de Mbanza Kongo, como Capital do Reino e, nas restantes salas, a vida de um Soberano Kongo. A instituição registou durante o ano transacto 149 mil 527 visitantes, dos quais, 134 mil 630 nacionais e 14 mil 897 estrangeiros.