Equipas entram em campo para 41 edição do Girabola

Equipas entram em campo para 41 edição do Girabola

Depois das merecidas férias, aquisições no mercado nacional e internacional, as equipas seniores de futebol estão preparadas para começar a competir a partir de hoje, na 41ª edição do Girabola Zap. Com o 1º de Agosto totalista, o Gira regista a estreia absoluta do Saurimo FC.

A bola começa a rolar a partir de hoje, 27 de Outubro, para a primeira jornada do Girabola-Zap, que já contabiliza 41 edições, desde que arrancou em 1977. A competição começa com o 1º de Agosto na condição de campeão em título e o Petro de Luanda, clube mais titulado, em busca da hegemonia perdida, primeiro para o Recreativo do Libolo e agora para o seu arqui-rival.

Totalistas (1º de Agosto) e os estreantes, cada um definiu o seu objectivo que passa pela conquista do troféu, ficar entre os cinco primeiros, e manutenção na prova, respectivamente. A decisão só mesmo no final do campeonato! Para já, o regressado Atlético Sport Aviação (ASA) recebe o Sagrada Esperança da Lunda- Norte, hoje, no Estádio dos Coqueiros, na baixa de Luanda, para a abertura do campeonato.

1º de Agosto

É o mais sério candidato ao título. Pelo que demostrou na Liga dos Campeões, os militares partem em vantagem, até mesmo em relação ao campeão dos campeões, o Petro Atlético de Luanda, que possui 15 títulos, contra 12 do 1º de Agosto. Entretanto, pelo esforço feito (quase não gozaram férias) a condição física pode prejudicar a equipa, caso não haja um trabalho aturado de recuperação e um plantel ao mesmo nível, de modo que os “suplentes” possam substituir os titulares e manter os níveis competitivos.

Santa Rita de Cassia

Desceu e voltou a subir, um ano depois. O Clube da província cafeicola do Uíge impôs, na sua estreia, resultados apertados aos seus adversários sempre que jogou em casa, até mesmo ao Petro de Luanda e ao 1º de Agosto. Com mais experiência e melhor organizado, espera-se mais do Santa Rita de Cassia que, seguramente, voltou a apostar no mercado futebolístico do Congo Democrático, por razões de proximidade. Espera-se também, por parte dos seus dirigentes, melhor organização das partidas de futebol, sobretudo aqueles classificados como de “alto risco”, onde estão envolvidas equipas grandes. Bom futebol não vai faltar.

Académica Petróleos do Lobito

Será, este ano, o único representante da província de Benguela na competição, depois da despromoção, na ultima edição, do 1º de Maio de Benguela, equipa que vai se revelando muito intermitente, com descidas e subidas constantes. Os lobitangas que perderam mais de 8 unidades da equipa que acabou por ser a revelação na edição 40ª do Girabola, entra fragilizada, em representação de uma província que já teve vários representantes na competição, como são os casos do Sporting de Benguela, Nacional de Benguela, e o “grande” 1º de Maio.

Desportivo da Huíla

Nas terras do Cristo Rei está um Desportivo da Huíla habituado ao Girabola. O Clube militar da região sul tem dos melhores escalões jovens do futebol nacional, chegando na final em diversas edições. E é nesta “canteira” onde saem alguns atletas que integram o plantel principal. Na altitude e com atitude, os militares travam até os mais sérios candidatos ao título, e não deixam de faze-lo fora do Lubango. Ademais, de tempo em tempo recebem reforços do 1º de Agosto, devido a proximidade “paternalista”. Manucho Dinis, o mais velho do plantel, com 33 anos, é um dos exemplos. Desta vez, até o Petro de Luanda reforçou aquele grémio, dispensando o defesa central Maludy.

Recreativo da Caála

Ao contrário do recado que deixou aos grandes, nos primeiros anos da sua ascensão, ficando mesmo à beira do título, o Recreativo da Caála vai lutando como pode para se manter na fina-flor do futebol doméstico. No último ano, por pouco os caálenses não desceram de divisão. E este ano como será? A ver vamos se o clube liderado por Horácio Mosquito terá pernas para correr e terminar o campeonato com a permanência. Reforços, seguramente não devem faltar. Importa é garantir a competitividade interna, para que no final a equipa vença.

Interclube de Angola

Prometeu muito no início do ano passado, chegando mesmo a liderar o Girabola, mas não teve estofo para se manter na liderança, de onde foi desalojado primeiro pelo Petro de Luanda, e depois pelo 1º de Agosto que veio a sagrar-se campeão nacional. Com condições objectivas criadas, infra-estruturas e apoio financeiro do seu principal e único patrocinador, o Ministério do Interior, os polícias ainda não assumiram a condição de candidato, mas tudo aponta para aí. Aliás, mudou a equipa técnica e fez algumas alterações ao plantel. E pela experiência do seu presidente de direcção, Alves Simões, tudo aponta para um desafio maior que o ano anterior.

Saurimo FC

É um dos representantes da região Leste do País, onde se incluem as províncias da Lunda- Norte e do Moxico. O Bikuku FC, que nasce da extinção do Progresso da Lunda-Sul, tem como patrono Santos Bikuku e é o terceiro clube da Lunda- Sul a ascender ao escalão maior do futebol nacional, depois do Sassamba e do Progresso de Sambukila. Seguramente, este clube estreiante vai lutar para a manutenção na competição que tem 29 jornadas por disputar a duas voltas.

Sagrada Esperança da Lunda-Norte

Faz parte das equipas campeãs do Girabola. É o mais antigo representante da região Leste, com participações nas Afrotaças. O Sagrada Esperança da Lunda-Norte, campeão nacional em 2005, busca uma participação honrosa, espreitando os lugares cimeiros. A equipa, que em 2016 fez uma campanha assinalável e que perdeu o seu técnico para o 1º de Agosto, em 2017, tenta agora, com o comando de Agostinho Tramagal, transformar o estádio do Dundo num “inferno”. O técnico que trabalhou a pré-epoca em Benguela, sua terra natal, já disse que tem equipa para jogar de igual para igual com todos os adversários.

Progresso Associação Sambizanga

É um dos históricos do Campeonato Nacional de futebol. O Progresso, agremiação nascido no Bairro do Sambizanga, em Luanda, nunca logrou conquistar um título do Girabola, mas não é uma equipa qualquer. É das mais respeitadas de Luanda, disputando com o 1º de Agosto a tradição na competição, sobretudo no ciclo luandense. Presidido por Paixão Júnior, um banqueiro, o clube está mais organizado. Entretanto, não disputa o troféu. Luta para os primeiros cinco lugares, até ao oitavo. Para a presente época, que arranca hoje, o Progresso não definiu o título como prioridade. Vai manter a sua posição?

Bravos do Maquis

Parece que aprendeu bem a lição. Depois da despromoção, no ano em que fez um brilharete na Taça Nelson Mandela, onde inclusive defrontou e venceu o Al Ahly do Egipto, o Bravos do Maquis continua firme no Girabola. Apesar de não ter grandes nomes, o clube do Moxico aposta na prata da casa para fazer um campeonato tranquilo. Vencer os jogos no seu “habitat” é fundamental, para depois somar os pontos possíveis em campos “adversos”. Este conjunto que não tenciona lutar pelo título tem na manutenção um dos seus objectivos, melhorando, claro, a classificação anterior.

ASA

O ASA é o clube que esteve na primeira edição do Girabola, em 1977, mas que no ano passado foi despromovido, deixando o 1º de Agosto na condição de único totalista. Os aviadores, único representante do Ministério dos Transportes na prova, já foram campeões em três ocasiões e buscam agora a reconciliação com os seus adeptos. A sua direcção já disse que foram ao mercado “comprar” jogadores capazes de garantir a permanência da equipa no campeonato. Os aviadores, que abrem a competição, frente ao Sagrada da Lunda-Norte, tiveram a primeira derrota do ano diante do Petro na apresentação do plantel, em jogo amistoso.

Petro de Lunda

Campeão dos campeões, com 15 troféus conquistados desde que foi fundado, em 1980, o Petro de Luanda há muito que busca pela sua identidade. Longe dos tempos em que praticava um futebol de “encher os olhos” e que apaixonou alguns aficcionados pelo continente, o grémio do Eixo-viário não é mais o todo poderoso que goleava e ganhava títulos de forma consecutiva, quando teve no comando os brasileiros António Clemente e Djalma Cavalcante, na década de 80 e 90, do século XX, respectivamente. Os angolanos Carlos Queiroz e Osvaldo Saturnino de Oliveira Jesus também já foram felizes no comando da equipa, que agora é orientada pelo brasileiro Beto Bianchi.

Kabuscorp

É dos mais populares e mais polémicos de Luanda, quiçá do país. A sua claque, o seu presidente e tudo o que envolve este emblemático clube do Bairro Palanca dispensa apresentação. O clube inspirado no Ajax de Amesterdão da Holanda diz, na voz do seu presidente, Bento dos Santos “Kangamba”, estar pronto para disputar e vencer o campeonato. Uma vez campeã, a equipa reforçou-se, no dizer do seu mais alto responsável, com atenções no troféu, cujo mais sério candidato é o 1º de Agosto. No Girabola que arranca hoje, seguramente que não vai faltar polémica envolvendo o Kabuscorp do Palanca, que também anima os estádios de futebol onde joga.

Sporting de Cabinda

Este grande Clube da história do futebol em Cabinda, e com diversas passagens pelo Girabola, é um desmancha-prazeres. O Petro de Luanda é um exemplo disso. Os verdes e branco lutam pela manutenção, numa prova que nunca foi conquistada por equipas de Cabinda que já disputaram-na (Benfica e Futebol Clube de Cabinda). E não é para menos: o Clube não tem vivido bons momentos, financeiramente, facto que provocou muitos embaraços na última época. O transporte aéreo da província que se encontra no enclave, sem ligação terrestre, é a única via para chegar aos outros pontos do país.

Cuando Cubango FC

Depois da inédita manutenção na competição, os representantes do Cuando-Cubango FC vão, seguramente, procurar ter uma melhor prestação, que passe por ficar pelo meio da tabela classificativa. Mas para tal terá de estar convenientemente preparado para fazer face às exigências da prova. E neste capitulo a componente financeira é fundamental, no sentido de assegurar, no segundo turno do campeonato, reforços que possam garantir a permanência no convívio dos grandes do futebol nacional. Antecederam-lhe outros emblemas da província, com realce para o Chicoil e a Casa Militar, que passou pelo Girabola- Zap recentemente.

Recreativo do Libolo

Com quatro títulos na sua galeria, está entre os três clubes mais titulados do país, tendo superado o histórico 1º de Maio de Benguela. Na época passada, lutou para estar nas posições cimeiras sem, no entanto, mirar o troféu. A equipa do Cuanza-Sul desinvestiu, e deixou de ser “imbatível”, passando a ser um conjunto mais modesto. O desinvestimento abalou de tal forma a estrutura que a direcção passou a apostar mais em atletas nacionais, e naqueles internacionais que pouco pesam nas contas. Outras modalidades ressentiram este efeito. Com menos recursos, o Clube passa por uma fase de reestruturação de objectivos que não lhe coloca na posição de potencial candidato, como noutros tempos.