Trump adverte caravana de migrantes que militares estão à espera

Trump adverte caravana de migrantes que militares estão à espera

O Pentágono vai enviar mais de 5.000 soldados à fronteira entre o México e os Estados Unidos, disse na Segunda-feira, 29, um general americano, num momento em que Donald Trump advertiu a caravana de migrantes centro-americanos que os militares os estão “à espera”.

“Daqui até ao final da semana vamos mobilizar cerca de cinco mil soldados para a fronteira sudoeste”, disse à imprensa o general de aviação Terrence O’Shaughnessy. Esta mobilização representa um aumento considerável em relação à projectada na semana passada, que constava com cerca de 800 efectivos enviados para dar assistência logística. “Não vamos permitir que um grupo grande de pessoas entre nos Estados Unidos de uma forma perigosa e ilegal”, disse Kevin McAleenan, comissário do Departamento de Alfândega e Protecção Fronteiriça dos Estados Unidos (CBP).

Em plena campanha para as eleições de meio de mandato de 6 de Novembro, Trump advertiu que se necessitam mais tropas para reforçar a segurança na fronteira. Nesta Segunda-feira, Trump voltou a investir contra a caravana de migrantes, que partiu em 13 de Outubro de Honduras, composta por 7.000 pessoas, segundo a ONU, e que actualmente avança pelo estado de Oaxaca, no sul do México. “Por favor, regressem, não serão admitidos nos Estados Unidos a menos que passem pelo processo legal. Isto é uma invasão do nosso país e nossos militares os estão à espera!”, acrescentou. Em Abril, Trump ordenou o envio de até 4.000 membros da Guarda Nacional para a fronteira, quando outra caravana de migrantes se dirigia para o norte. Cerca de 2.100 homens foram enviados. As autoridades mexicanas blindaram nesta Segunda-feira,29, a sua fronteira com a Guatemala para conter a passagem de milhares de hondurenhos que tentam chegar aos Estados Unidos, constatou a AFP.

O México mobilizou a tropa de choque na fronteira, deslocou lanchas da Marinha no fronteiriço rio Suchiate e instalou arame farpado nos portões metálicos na ponte sobre o curso d’água para dissuadir os hondurenhos a continuarem a perigosa travessia a pé. No Domingo, um hondurenho morreu com o impacto de um projéctil de borracha, disparado por policiais mexicanos que tentaram conter mais de mil migrantes, disseram migrantes testemunhas no local. A tia do falecido, Leticia Reyes, contou à AFP que seu sobrinho, Henry Adalid Díaz, fugia dos gangues. “Se vou morrer aqui ou em Honduras dá no mesmo”, disse ele aos seus familiares quando lhe pediram que desistisse da viagem arriscada. “Só morto é que eu volto às Honduras”, disse a elas. Os distúrbios ocorreram na ponte fronteiriça entre Guatemala e México, quando um grupo de migrantes exigia das autoridades mexicanas que abrissem o portão para seguir aos Estados Unidos. Embora socorristas e migrantes tenham assegurado que os polícias usaram balas de borracha, o secretário mexicano de Governo (ministro do Interior), Alfonso Navarrete, negou que a Polícia seja responsável pelo falecimento do jovem hondurenho.