Jovem de 24 anos lançase do 7º andar do Hospital Central do Lubango

A manhã de Segunda-feira, na cidade do Lubango, agitou-se com a morte de um jovem que se atirou do sétimo andar do Hospital Central do Lubango

Texto de: João Katombela, na Huíla

O jovem Basílio Samuel, de 24 anos de idade, encontrava-se internado naquela unidade sanitária havia cinco dias, no serviço de medicina, que funciona no sétimo andar. De acordo com o director clínico do Hospital Central do Lubango, Augusto da Fonseca, o paciente deu entrada no serviço de medicina com o diagnóstico de psicose alcoólica, facto que contribuiu para que tivesse alguns distúrbios comportamentais.

O responsável clínico explicou que, quando se está perante situações do género, o corpo clínico é orientado a obedecer a alguns princípios de segurança, que passam pela imobilização do paciente.

Para o caso concreto, estas medidas de segurança foram observadas, porém, o paciente conseguiu romper e lançar-se janela abaixo. A falta de mais recursos humanos, como vigilantes, também dificultou o controlo. “Se não tivéssemos escassez de profissionais de enfermagem, se calhar teríamos evitado este episódio, porque são os mesmos profissionais de saúde que têm de lidar com os pacientes” revelou. Por outro lado, o responsável clínico aponta ainda para o abandono de pacientes por parte dos familiares como sendo uma das causas que contribuem para a ocorrências do género.

Apesar de ser o primeiro caso de suicídio de paciente que se regista na referida unidade sanitária desde o princípio do ano, não é o único no historial do Hospital Central do Lubango. Para se alterar o quadro, o responsável clínico defende a realização de mais acções viradas para o reforço da segurança hospitalar com a contratação de quadros para o efeito. Relativamente ao caso em concreto, OPAÍS convidou a jurista Juliana Romão para os comentários que se impõem, no sentido de se ver se poderá haver ou não uma responsabilidade criminal e disciplinar do Hospital.

A especialista disse que só é possível aferir tais posições caso se levante uma investigação profunda junto dos órgãos competentes. É prematuro falar de uma possível responsabilidade criminal ou civil do Hospital. “É necessário saber em que circunstâncias o paciente cometeu o suicídio, qual era a patologia de que padecia e se foram observadas as medidas de segurança. Isso só será possível através de uma investigação profunda do SIC, que esteve no local. A apurar-se que o hospital não cumpriu na íntegra tais medidas de segurança, o hospital poderá, sim, ser responsabilizado civil e criminalmente”, explicou.