Empresas aéreas desviam ou cancelam vôos sobre Iraque e Irão após ataque a tropas dos EUA

Empresas aéreas desviam ou cancelam vôos sobre Iraque e Irão após ataque a tropas dos EUA

A alemã Lufthansa (LHAG.DE), a Emirates, de Dubai, e a empresa de vôos de baixo custo Flydubai são algumas das que cancelaram os vôos, e a Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA) proibiu linhas aéreas norte-americanas de sobrevoarem a região — mas várias outras empresas mantiveram a operação sobre o espaço aéreo afectado.

O Irão lançou mais de uma dúzia de mísseis do seu território visando ao menos duas bases militares iraquianas que abrigam tropas da coligação liderada pelos Estados Unidos na madrugada desta Quarta- feira (horário local), disseram os militares dos EUA.

Em poucas horas, a FAA proibiu as linhas aéreas norte-americanas de circularem no espaço aéreo sobre o Irão, o Golfo de Omã e as águas entre o Irão e a Arábia Saudita, citando “actividades militares intensificadas e tensões políticas crescentes no Médio Oriente que apresentam um risco inadvertido a operações da aviação civil dos EUA”.

A proibição de vôos veio pouco depois de um Boeing 737 da Ukraine International Airlines cair e pegar fogo pouco depois de descolar de Teerão, matando toda as 176 pessoas a bordo. Operadoras de fora dos EUA não estão sujeitas à proibição imposta pela FAA, mas estas e outras agências reguladoras analisam o alerta norte-americano cuidadosamente ao decidirem para onde voar.

A Agência da União Europeia para a Segurança na Aviação (Easa) está a estudar a situação, disse a sua porta- voz. As linhas aéreas adoptaram mais medidas para evitar voar sobre zonas de conflito desde 2014, quando o vôo MH17, da Malaysia Airlines, foi derrubado por um míssil lançado da Ucrânia, matando 298 pessoas.

Os desvios aumentam o tempo de vôo e consomem mais combustível. A australiana Qantas Airways (QAN.AX) disse nesta Quarta-feira que acrescentará 50 minutos aos seus vôos de Perth para Londres e quer cortará o número de passageiros para levar mais combustível agora que está a desviar do Irão e do Iraque.

A FAA já havia impedido as linhas aéreas norte-americanas de voarem sobre o espaço aéreo iraniano e abaixo dos 26 mil pés sobre o Iraque depois que o Irão abateu um drone norte-americano de alta altitude em Junho.

Outras grandes linhas aéreas mantiveram seus vôos sobre o Iraque e o Irão, mas disseram estar a monitorar atentamente a situação.

Até às 5h30, as linhas aéreas ainda a voar sobre um dos dois países incluíam Qatar Airways, Emirates, Etihad Airways, Turkish Airlines, Flydubai, Air Arabia e a empresa de baixo custo Norwegian Air (NWC.OL), de acordo com dados da FlightRadar24.