Estados Unidos à procura de empresas em Angola para financiamento e Carrinho quer estar na linha da frente

Estados Unidos à procura de empresas em Angola para financiamento e Carrinho quer estar na linha da frente

A assistente sénior do Programa Global de Investimento em Infra-estruturas (PGI), Danae Pauly, reiterou, em Benguela, o financiamento anunciado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, e afirmou que está em Angola a avaliar condições técnicas e materiais de empresas para se habilitarem ao financiamento, numa altura em que o Grupo Carrinho quer estar na linha da frente

A comitiva norteamericana visitou demoradamente as dependências do Complexo Industrial do Grupo Carrinho, a julgar pelo facto de o grupo em causa ter manifestado o interesse de beneficiar de financiamento, no âmbito do PGI, um programa por via do qual os Estados Unidos pensam financiar economias em vias de desenvolvimento.

Em declarações à imprensa, em um dos campos agrícolas no Dombe-Grande, a assistente do PGI, Danae Pauly, sublinhou que o Lobito é o corredor económico bandeira para o financiamento, conforme anunciado pelo Presidente Biden.

O propósito, reforça a responsável, é o de criar condições a fim de que se ligue Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo (RDC) e, mais tarde, o oceano Atlântico ao Índico.

“Até ao momento, a dorsal do projecto tem sido o corredor do Lobito, foi anunciado um bilião de dólares nesse sentido e parte do projecto, na verdade, vai conectar Luacano a Angola, basicamente Angola/Zâmbia, que vai estender essa parte do corredor que não existe ainda”, disse Danae Pauly.

A representante norte-americana salienta que, com a iniciativa, o seu país pretende fomentar outros tipos de negócios e também investir em áreas como a digitalização e energias renováveis.

Ganhos para o comércio regional Por seu turno, o embaixador de Angola nos Estados Unidos da América, Agostinho Van Dúnem, que esteve a trabalhar com a assistente do PGI, lembrou que o programa é um projecto co-financiado pelo Governo norteamericano, União Europeia e o Banco Africano de Desenvolvimento, que se propõem a prestar uma atenção especial às infra-estruturas em África, sendo as de suporte ao corredor do Lobito principais beneficiárias, por entender que essas vão trazer muitos ganhos para o comércio regional.

Neste particular, o diplomata angolano sustenta que Angola tem vindo a trabalhar com os Estados Unidos da América na perspectiva de garantia de outros benefícios.

O que tem sido feito de um tempo nos últimos tempos, em certa medida, motivou a visita de Danae, é a identificação de projectos, sobretudo no domínio do agro-negócio.

A representante da PGI refere que esse segmento económico deve er habilitado também aos financiamentos previstos, por a segurança alimentar ser um dos objectivos em que se trabalha.

“A diversificação da nossa economia passa, naturalmente, pela agricultura.

Por isso, nós queremos envolver parceiros angolanos produtores locais, famílias angolanas nos benefícios do corredor do Lobito”, ressalta o embaixador angolano, acrescentando que os membros da parceria estratégica precisavam de ter noção da existência de capacidade instalada em termos industriais, daí a presença no Complexo Industrial do Grupo Carrinho.

“No fundo, é isso que vai garantir mais emprego, vai garantir que, efectivamente, podemos desenvolver o nosso país, não só pensar no corredor do Lobito, mas noutros benefícios”, sublinhou o diploma.

 

Po: Constantino Eduardo, em Benguela