Petróleo abre com perda de 28%

Petróleo abre com perda de 28%

POR: Angop

O barril de petróleo Brent abriu hoje, no mercado de futuros de Londres, a 31,49 dólares, uma perda de 28 por cento face ao fecho da sessão de sexta-feira (45 dólares), a maior derrapagem dos últimos 30 anos.

Essa descida brusca do preço do crude nas principais bolsas mundiais acontece depois de a Arábia Saudita e a Rússia, os dois maiores exportadores do mundo, terem iniciado uma violenta “guerra” económica em torno da matéria-prima. Desde Agosto de 1990 que não se verificava uma queda desta dimensão, quando rebentou a primeira Guerra do Golfo, levando o caos a todos os mercados bolsistas do mundo e o pânico aos corredores dos governos dos países exportadores de crude, especialmente aqueles com economias petrodependentes, como é o caso de Angola.

Na sexta-feira, o Brent, que serve de referência às exportações angolanas, fechou acima dos 45 dólares por barril e hoje, na abertura, o valor caiu de forma brutal para os 31,49, mais de 14 USD, o que complica as contas orçamento angolano para 2020. O valor do barril fixa-se agora a 24 dólares abaixo do valor de referência usado pelo Executivo para elaborar o seu Orçamento Geral do Estado (OGE 2020). Na sexta-feira, o petróleo referência para as exportações angolanas fechou negociando a 45,27 dólares o barril. A queda consecutiva do preço do crude nas principais bolsas mundiais, nas últimas semanas também é resultado do Coronavírus, epidemia que afecta a segunda maior economia do Mundo e também o maior consumidor de petróleo do mundo.

Com alastramento do Coronavírus, epidemia que surgiu em Dezembro último, a China maior consumidor do petróleo do mundo registou uma quebra de 20%, ou seja três milhões de barris/dia, muito acima de 1,5 milhões do corte programado pela OPEP. A propósito dessas oscilações para baixo do preço do petróleo no mercado internacional, a Unidade da Dívida e Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) estão a monitorar as projecções de venda de petróleo angolano. De acordo com a ministra das Finanças, Vera Daves, no encontro do último final de semana com jornalistas, a Agência Nacional de petróleo e Gás está a trabalhar no levantamento desta informação, junto das empresas no terreno, para depois fornecer ao Executivo. “Ao meu nível ainda não há respostas, mas a nível técnico estão ser trabalhados todos pressupostos, versos, impactos, para que consigamos, a breve trecho, termos uma visão clara e aconselhar o executivo angolano relativamente a como nos posicionar ao Orçamento Geral do Estado”. De acordo com a ministra, haverá, naturalmente, um impacto na dívida pública, eventual cenário de redução do crescimento económico e menores receitas.