Mais de 247 mil toneladas de produtos serão colhidas no perímetro irrigado de Caxito

Mais de 247 mil toneladas de produtos serão colhidas no perímetro irrigado de Caxito

O perímetro agrícola é composto, na sua maioria, por plantações de banana. Em termos de percentagem, a banana representa 88,6% da produção, e os outros hectares estão ocupados com hortícolas e frutas diversas, com destaque para os citrinos e papaia. De acordo com o Presidente do Conselho de Administração da Caxito Rega, João Mplamosi, apesar de algumas dificuldades em termos de equipamentos e vandalismo nos postes de energia, o ano de 2018 foi positivo a nível da produção, pelo facto de a campanha agrícola 2016/ 2017 registar 130. 237 mil toneladas “No que toca à produção, o sector empresarial registou grande produção, o que não aconteceu com os pequenos produtores, pelo facto de serem elevados os preços dos factores de produção”, lamenta.

Além disso, prossegue o responsável, existe outro problema que tem a ver com o vandalismo do património público, principalmente os postos de transformação de iluminação pública. “ A cidade de Caxito contava com 111 postes de transformação que atendia os 336 lotes de produção. Mais de 50% dos postes foram vandalizados, o que afectou o sistema de rega do perímetro que é feito através de electro-bombas, e sem este processo não existe irrigação de parcelas das culturas”, explica Outro entrave, segundo o gestor, está ligado à falta de assistência técnica para as máquinas, equipamentos para fazer a manutenção do sistema de rega, como o canal principal de irrigação, as vias de acesso, as niveladoras, os cilindros e outros, que estão paralisados por falta de peças de reposição. Segundo o responsável da Caxito Rega, outra inquietação é o aparecimento do vírus “tope em leque”, que é uma doença desconhecida pelos produtores, razão pela qual é urgente combatê-la.

João Mpilamosi referiu ainda que o quilo da banana continua a custar 250 kwanzas, valor que considera irrisório, uma vez que a moeda nacional desvalorizou-se e os custos de produção são elevados. Para ele, os produtores estão a ter muitos prejuízos. “Os níveis de produção aumentaram porque os empresários que têm estrutura suportam alguns custos”, explica. Segundo Mpilamosi, no ano passado foi feito um inventário que identificou 350 hectares disponíveis, que já foram distribuídos para outros potenciais agricultores que estão a trabalhar. “ Toda e qualquer pessoa que celebra o contrato tem 60 dias para dar início à produção. Caso não aconteça, a Caxito Rega está no direito de rescindir o contrato”, explica. João Mplamosi avançou que um grande número de concessionários têm parcelas há mais de três anos sem produzir nada. Por esse motivo, é-lhes rescindido o contracto.

O perímetro irrigado da Caxito conta com 23 quilómetros de extensão

O perímetro irrigado da Caxito tem uma dimensão de 23 quilómetros de extensão, começando no açude, local onde se faz a captação de água no rio Bengo, e rasga a cidade toda. Para o seu normal funcionamento foram construídas comportas para regular a passagem de água. Através do sistema de gravidade, a água é bombeada para o canal, onde estão instaladas 20 tomadas. Depois disso, a água chega às fazendas por intermédio do sistema de bombagem eléctrica. Por isso, o fornecimento de energia é imprescindível para o funcionamento do perímetro.