PR quer averiguação sobre despedimentos injustos na base do Kwanda

PR quer averiguação sobre despedimentos injustos na base do Kwanda

O Presidente da República , João Lourenço, orientou o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, e o governador provincial do Zaire, Pedro Makita Júlia, a averiguarem os casos de despedimentos irregulares na base do Kwanda, que é a maior base logística de apoio às empresas petrolíferas no município do Soyo. Na ocasião, os funcionários da logística de apoio às empresas petrolíferas contaram a João Lourenço que, constantemente, têm sido vítimas de despedimentos sem justa causa, ao contrário dos estrangeiros, que se mantêm empregados na base com todas as regalias e subsídios.

Segundo os denunciantes, os nacionais que resistem ao desemprego são constantemente alvos de discriminações e vêm regularmente os seus subsídios e ordenados cortados e forçados a trabalhar fora das horas normais de expediente, sem nenhuma recompensa extra. Para se pôr fim às injustiças, os lesados aproveitaram a visita de trabalho do Presidente da República para solicitar a sua intervenção directa, porque, conforme disseram, já bateram a várias portas no sentido de encontrarem alguma solução, mas sem sucesso. Em resposta, João Lourenço manifestou-se solidário com a situação daqueles funcionários e orientou para que se averigue o que realmente se está a passar, a fim de se encontrar uma solução e melhorar o ambiente laboral na base do Kwanda.

Investigação para apurar os factos

Em cumprimento das orientações do Presidente da República, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos disse que, nos próximos dias, começarão a ser averiguados os casos relatados para saber o que estará a provocar os despedimentos injustos de trabalhadores angolanos. Segundo Diamantino Azevedo, o seu ministério tem conhecimento de despedimentos na base do Kwanda, mas não na dimensão e da forma injusta que os jovens deram a conhecer ao Presidente da República. “Temos informações de despedimentos, mas não desta forma. Recentemente houve uma greve na base do Kwanda e eu lá estive a tomar as devidas medidas. Mas não tivemos conhecimento de despedimentos desta forma. Vamos trabalhar para regularizar a situação”, frisou.

Combater o desemprego com empreendedorismo

Por outro lado, o Presidente da República admitiu que a taxa de desemprego no país é preocupante. Porém, com vista a mitigar o problema, solicitou aos jovens a aposta no empreendedorismo e em iniciativas úteis nos mais diversos sectores de actividade, de forma a estimular o auto-emprego. Segundo o Titular do Poder do Executivo, à semelhança de outros países do mundo, Angola também enfrenta problemas e tem um número preocupante da sua juventude desempregada. Por esse motivo, frisou, para além de outras iniciativas, depois de muitos anos, o Governo reabriu os concursos públicos, sobretudo nas áreas prioritárias, como educação e a saúde, que vão absorver uma boa parte de jovens formados e que carecem de enquadramento.

De acordo com o Presidente da República, se por um lado o Governo está a dar essa abertura, por outro, é necessário que os próprios jovens, para os quais se destinam as políticas públicas de emprego, estejam abertos a trabalhar em qualquer parte do território nacional e não apenas em Luanda, como tem vindo a acontecer. Por esse motivo, explicou, é que os concursos públicos estão a ser feitos em todo o país e os candidatos devem candidatarse nas respectivas áreas, sem possibilidade de transferência para Luanda, para os que forem apurado para trabalhar no interior. “A taxa de desemprego actual não é a que tínhamos há dez anos. Hoje é um pouco maior, mas não significa que amanhã não possa ser melhor. Só depende de nós. Temos muita coisa a fazer, desde estradas, fábricas e campos agrícolas para cultivar. Haja capital e recursos humanos para podermos realizar esses projectos que temos”, apontou.