Navio de investigação científica Baía Farta entregue oficialmente ao País

Navio de investigação científica Baía Farta entregue oficialmente ao País

O certificado de entrega foi assinado pelo director do Gabinete Jurídico do ministério, Adalberto Miguel e pelo director de serviços Damen, Patrick Kamerman, entidade que se tinha encarregado da construção na República da Roménia que iniciou em 2016. A cerimónia foi testemunhada pela ministra das Pescas e do Mar, Maria Antonieta Baptista. A construção do navio de investigação científica “Baía Farta” está avaliada à volta de USD 80 milhões. Na cerimónia, Maria Antonieta Baptista disse que o sector está a assumir a responsabilidade do 3º navio do género no mundo, em termos de tecnologia e sofisticação e o 1º do género em África. Segundo a titular da pasta, o navio vai custar muito à manutenção, vai obrigar a ter boas iniciativas para o tornar autosustentável, pelo facto de o mesmo “ser muito útil não só para Angola, mas também para a África e para o mundo”. Aos tripulantes, a ministra lembrou ser grande a responsabilidade, mas estão a procurar conseguir uma outra equipa para ir alternando, “Porque os cruzeiros são muito difíceis e os cientistas, como os da Academia de Pescas do Namibe, muitas vezes serão chamados para participar”. A ministra referiu que a atenção dos especialistas nacionais e estrangeiros contratados permitiu descobrir 29 inconformidades, na sua maioria já corrigidas e sete vão ser corrigidas durante as provas do mar e cinco ao longo do funcionamento, uma vez que no primeiro ano tem garantia da empresa. Segundo a ministra, pretendem submeter ao Presidente da República o projecto para lançar ao mar entre finais de Agosto ou a primeira semana de Setembro para as primeiras investigações. “Sempre que houver problemas com determinado peixe, por exemplo, que manifeste uma determinada doença, tem de se saber as coordenadas certas para colher a amostra e fazer a análise, analisar a poluição, detectar quando se está a formar um vulcão, pode apoiar os serviços de meteorologia e muitas mais valências que não podemos imaginar”, disse. Nesta altura, trabalha com uma equipa estrangeira que faz parte do contrato, em função das garantias, mas assegurou que a tripulação angolana está a ser preparada para entrar em cena na altura do lançamento das provas do mar. Por seu turno, o director de serviços da empresa Damen, Patrick Kamerman, considerou ser uma honra ter sido seleccionada pelo Ministério das Pescas para construir um navio tão sofisticado e tão tecnicamente avançado. Reconheceu a visão do Governo de Angola em adquirir um bem vital para proteger a sustentabilidade dos recursos marítimos para o povo angolano e futuras gerações. “Hoje é um dia importante para o Baía Farta, que, apesar de ser magnífico, é apenas o início: Nos anos vindouros terá que colaborar arduamente para atingir os objectivos estabelecidos”, frisou. Garantiu que a empresa deverá assegurar a manutenção e apoio técnico nesta fase para manter o navio funcional. O navio parado, todos os dias é capaz de gastar 2500 litros de combustível. A embarcação vai realizar trabalhos de pesquisa para permitir conhecer a diversidade de recursos marinhos, o ecossistema da costa angolana e pesca. Após a sua conclusão na Roménia, o mesmo foi testado no mar negro a uma profundidade de 2212 metros, bem como a mais de 5 mil metros de profundidade no Oceano Atlântico durante a sua vinda para Angola. Com 74 metros de comprimento, o navio “Baía Farta” dispõe de uma sala acústica, quatro laboratórios, um ginásio, camarotes duplos, cozinha, área de serviço com 15 monitores de comando e três computadores para o comando do Sonar (aparelho electrónico utilizado geralmente na navegação naval para medir a distância entre a superfície da água e o fundo marinho), cada um dos quais desenvolve trabalhos diferentes