POR: Lusa
A informação foi transmitida hoje pelo diretor do gabinete de Estudos, Informação e Análise do Comando Geral da Polícia angolana, José Carlos da Piedade, afirmando que os níveis criminais mais elevados durante os últimos cinco anos registaram-se em 2018 e 2019.
O comissário da polícia que apresentava o estado atual da segurança pública em Angola, durante uma palestra alusiva aos 44 anos da corporação, notou que 55% dos crimes registados no decurso do último quinquénio foram “contra a propriedade”.
“Destacando-se os roubos e furtos, o somatório dos dois dão 53%, e os restantes são outros crimes contra a propriedade, como os danos”, disse, apontando “causas e fatores de ordem socioeconómica” como estando na origem dos crimes.
Isto porque, adiantou, a maior parte dos crimes “são essencialmente roubos e os mesmos têm grande influência no sentimento de insegurança dos cidadãos”.
“O grande problema do país são as taxas elevadas aos crimes contra a propriedade”, sublinhou.
“Perigo do ambiente social”
Para o oficial da polícia, que questiona a existência da insegurança em face de cometimento de 150 crimes/dia em cada 10.000 habitantes quando a média anual aponta para 191,8 crimes, a insegurança decorre também do “perigo do ambiente social”.
Em relação aos crimes violentos, notou que Luanda, com mais de oito milhões de habitantes, tem uma taxa de homicídios de 7,6% por cada 100.000 habitantes, muito próxima da província do Bié, com menos população, que é de 6,5%.
Recordou que a taxa de homicídio suportável estabelecida pelas Nações Unidas é de 10% e acima é considerada endémica, para justificar que “o problema não está na estatística, mas na forma violenta como determinados crimes são praticados”.
“Sentimento de insegurança”
“O problema do sentimento de insegurança em Angola decorre de um mal geral ou individual que pode ser desencadeado pela perceção da instabilidade e do ambiente social, bem como dos perigos ou ameaças concretas”, assinalou.
De acordo ainda com o gabinete de Estudos, Informação e Análise da polícia angolana, a existência de vadios, mendigos, prostitutas, os sem-abrigo, fraca iluminação pública, bairros degradados, entre outros, “também propiciam o sentimento de insegurança”.
“Notamos que o problema do sentimento de insegurança não decorre apenas dos crimes violentos”, rematou.