FNLA e PrS apelam ao Executivo para reabastecer o mercado com produtos da cesta básica

FNLA e PrS apelam ao Executivo para reabastecer o mercado com produtos da cesta básica

Em declarações a OPAÍS, os dois partidos da Oposição apelam ao Executivo para redobrar os esforços para manter os produtos da cesta básica disponíveis à população, neste período de estado de emergência nacional

Por:Maria Custódia

O porta-voz da FNLA, Jerónimo Makana, disse a OPAÍS que o reabastecimento do mercado, de bens essensciais, poderá acudir as prementes necessidades básicas da população neste período de emergência e não só, já que os produtos começam a escassear no mercado e os preços sobem vertiginosamente. “Não sabemos até quando vai durar o estado de emergência. Se não se criar condições de reabastecimento, a fome vai matar a população”, disse, inicialmente.

O pronunciamento do político surgiu em reação às reclamações de vários cidadãos da província de Luanda que se queixam da escassez de produtos da cesta básica.Aliás, os disponíveis estão a ser comercializados a preços exorbitantes nos principais mercados. De acordo com o responsável, a situação agrava-se ainda mais com o encerramento dos mercados do Km 30, no município de Viana, Catinton, município de Luanda, e do Kifangondo, no município de Cacuaco, pelas administrações municipais, por força do estado de emergência nacional decretado pelo Presidente da República, João Lourenço.

De acordo com o político, o seu partido recebeu “com agrado” as medidas implementadas pelo Executivo, ao decretar o estado de emergência, mas para o seu cumprimento, sem sobressaltos, Jerónimo Makana defende que os cidadãos tenham o suficiente para “comer em casa”, para evitar que saiam às ruas para procurar mantimentos. Informou que face à medida, a FNLA entrou também no processo de sensibilização dos seus militantes, simpatizantes e amigos para cumprirem as medidas de prevenção contra o novo Coronavírus (Covid-19). O porta-voz da FNLA acredita que se todos os angolanos acatarem as medidas do Executivo e cumprirem todas as orientações das autoridades sanitárias, Angola poderá “rapidamente livrar-se desta pandemia”, tendo em conta os poucos casos que tem.

Excesso de zelo

Por outro lado, o seu partido condena o excesso de zelo de alguns efectivos da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA) devido aos actos de agressão contra cidadãos que aconteceram nas províncias de Luanda, Cabinda, e Benguela. Defende que estas forças devem fazer um trabalho de aconselhamento para dar uma orientação acertada à população, sublinhando ser “desnecessária nesta altura a presença de militares nas ruas”. À população, Jerónimo Makana apelou que obedeça “escrupulosamente” as medidas e as orientações das autoridades, para se evitar “confrontos verbais ou agressões físicas”.

PRS defende mais alimentos e fármacos

Ainda sobre a situação, o secretário- geral do PRS, Rui Malopa Miguel, em conversa com este jornal, manifestou-se preocupado com a situação social por que passa a população, argumentando que o estado de emergência foi decretado numa altura em que não foram criadas as mínimas condições de sobrevivência durante a quarentena. “O estado de emergência encontrou as famílias fragilizadas socialmente. Muitas delas dependem da venda diária para o seu sustento”, disse o político dos renovadores sociais. Rui Malopa apelou ao Governo no sentido de melhorar o abastecimento de alimentos, água e fármacos para ajudar a população a prevenir-se do Covid- 19, “ sem deixar de parte a disponibilidade dos produtos da cesta básica”. Fez saber que o seu partido solidariza-se com as equipas médicas e com todas as pessoas que estão mobilizadas nesta altura para combater esta pandemia no país e no mundo.