Reabertura de espaços de cultura e de lazer encarado com algum cepticismo por cidadãos

Reabertura de espaços de cultura e de lazer encarado com algum cepticismo por cidadãos

Embora esteja salvaguardada a observância das regras de biossegurança e de distanciamento físico, não devendo exceder 50% da sua capacidade, o reinício das actividades culturais, recreativas e de lazer, é encarado com algum cepticismo gerando alguma controvérsia por parte de alguns cidadãos contactados por OPAÍS.

“Se o ensino geral reabre a 13 de Julho e os espaços recreativos de cultura e lazer, entram antes, isto é, a partir de 8 de Junho, significa que muitas famílias obviamente acompanhadas pelos seus filhos, sobretudo menores, deverão frequentar estes locais, pondo exactamente em risco os colegas que vierem a reencontrar nas aulas em Julho. É um autêntico risco”, começou por desabafar Miralda Guimarães.

A entrevistada, por sinal encarregada de educação, defende que estes locais, cuja finalidade é a recreação, deviam no mínimo reabrir quando as aulas entrassem novamente em cena, uma vez que há um risco de contágio muito grande por tratar-se de crianças que normalmente acompanham os pais sendo que o controlo deve ser redobrado.

Com os casos positivos a aumentar gradualmente no nosso país, e porque grande parte da população vive em zonas suburbanas, Jucelina Miguel entende que o reinício destas actividades poderão não constituir preocupação nos centros urbanos por considerar que podem vir a cumprir com as medidas de biossegurança, não será o mesmo nos locais opostos.

“Temos visto e assistido uma maior preocupação com as zonas urbanas, incluindo as centralidades. Nestes locais é fácil controlar porque há um maior controlo de polícia e fácil acesso para os técnicos de saúde. Daí que não vejo um evento num bairro no interior da Petrangol a obedecer e a ser fiscalizado à risca, como um Kilamba ou Vida Pacifica”.

Por sua vez, Miguel Anselmo aplaude o reinício das actividades culturais e recreativas, mas chama atenção para a responsabilidade individual quanto às medidas preventivas, assim como os organizadores de evento, que não tenham apenas ambição o lucro, apelando igualmente a observância do distanciamento físico mesmo com 50% da sala ocupada.

“Essas actividades além de recrearem fazem bem, a meu ver, ao estima de qualquer um. Por isso mesmo, chamo aqui atenção para a observância e a responsabilidade individual, uma vez que estamos diante de um vírus invisível, mas a vida não pode parar. Os agentes culturais que não tenham o foco apenas nos rendimentos aplicados, pensem antes na vida das pessoas”, recomendou.

O Decreto

O decreto tornado público em Diário da República, quanto às actividades recreativas, culturais e de lazer na via pública ou em espaço público, autoriza que os museus, teatros, monumentos e similares funcionem a partir do dia 8 de Junho.

Igualmente, a 8 de Junho é permitida a realização de feiras de cultura e arte, bem como de exposições em espaços públicos ou privados. Está permitida a abertura ao público de mediatecas e bibliotecas a partir de 13 de Julho.

Já o acesso às praias, piscinas de acesso ao público e demais zonas balneares fica autorizado apenas a partir do dia 15 de Agosto.