Editorial: Não se precisa de mais sinais

Editorial: Não se precisa de mais sinais

A página de Sociedade desta edição do jornal OPAÍS trás relatos deveras preocupantes e que devem merecer a devida atenção as entidades do Estado. A criminalidade está a ganhar proporções do “vale tudo” para qualquer coisa. 

Há uma espécie de deformação mental social que ultrapassa todo o tipo de barreiras éticas, morais e culturais. A pobreza, obviamente, não pode justificar tudo, mas há que assumir que a sociedade está a entrar, se já não entrou, num beco com uma saída demasiado estreita, se ainda houver saída. É que são jovens os protagonistas de coisas verdadeiramente terríveis, difíceis de acreditar que ocorrem na sociedade angolana.  

Os assassinos do comandante do posto policial da Boa-Fé são jovens e um deles enfermeiro; caçadores de animais selvagens em vias de extinção são jovens; na Lunda-Norte um jovem resolveu vender duas crianças da sua própria família. Em Malanje, um rapaz matou a própria mãe para ficar com o dinheiro de uma casa arrendada. Não são precisos mais sinais.