O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) debate-se com um problema gravíssimo que, nesta fase, já se esperava ultrapassado no âmbito da privatização dos activos do Estado. Por conta da Covid-19, o Estado não consegue se desfazer das acções que ainda detém no Banco Económico (BE) e no Banco de Comércio e Indústria (BCI).
Os efeitos devastadores que a pandemia tem causado na economia mundial deixaram de ser invisíveis. A Europa está de rastos e muitos países conhecem uma completa desaceleração das suas economias, com o desemprego a subir os degraus de maneira assustadora.
Outrora, a venda de parcelas como as das empresas mencionadas, incluindo as subsidiárias da própria Sonangol, teriam atraído uma plêiade de interessados, provenientes de várias partes do mundo. Mas hoje poucos pretendem investir muito por conta do ambiente de incertezas que teima em perdurar.
E o que se tem notado, nos últimos dois meses, é que os tentáculos deste vírus, cujo charme não resiste sequer aos encantos da água e o sabão, são mais extensos. Por isso, enquanto não surge uma vacina que renove a esperança do mundo, todo o cuidado é necessário na gestão dos recursos existentes.
Os países com uma gestão negligente poderão pagar uma factura bastante pesada. Vislumbram-se dias mais negros que podem ser piores aos que se vivem nos sistemas de saúde.