Yuri Quixina: “Passar na avaliação do FMI não significa crescimento económico”

Yuri Quixina: “Passar na avaliação do FMI não significa crescimento económico”

O inquérito da conjuntura empresarial do segundo trimestre de 2020 mostra que o indicador evoluiu negativamente, face ao mesmo período de 2019 e regista a diminuição da confiança das empresas nacionais. Qual é a sua opinião sobre esses dados do INE?

Esse indicador é muito importante, porque reflecte o clima económico. É instrumento de avaliação da expectativa dos empresários sobre a evolução da economia no curto prazo. A confiança é a grande moeda do Século XXI. É como o combustível num automóvel e, sem ela, não há motivação para alavancar a economia. O INE aponta que a confiança está em queda em vários sectores. Os agentes económicos não estão muito confiantes na recuperação da economia. Isso é grave. Se as pessoas não estão entusiasmadas, pressupõe que a economia pode ir ao sexto ano consecutivo de recessão.

Que factores determinam a inversão desse quadro?

O tempo político é muito curto e não sei se há coragem para inverter o quadro. Há um jogo político. Os políticos querem ganhar o poder, porque há eleições. Para alterar a economia de Angola vai exigir muita coragem para os últimos tempos que restam.

Angola passou no exame da terceira avaliação do FMI.

Não vejo algo maravilho nisso. Passar na avaliação do FMI não significa crescimento económico. É como um banco que tem de emprestar em função de uma catástrofe. O banco analisa a situação do cliente e conclui que, se não ajustar o montante, não honrar o compromisso e para o banco não ser apanhado em contramão, ajusta o montante.

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