Alberto de Almeida: “Há necessidade de criar nas escolas mais programas que incentivem o gosto pela leitura”

Alberto de Almeida: “Há necessidade de criar nas escolas mais programas que incentivem o gosto pela leitura”

Com obra “A Pequena Grande Estrela dos Baixinhos”, Alberto Magno Filipe de Almeida entra na galeria de autores da literatura infantil angolana, tornando-se um dos mais novos autores deste género literário na actualidade.

A sua intenção de escrever para crianças responde à actual fraca produção de conteúdos infantis e para evitar que acedam a conteúdos inapropriados para as suas idades. Nesta curta entrevista a OPAÍS, o autor fala da sua criatividade, experiência e projectos no domínio da escrita para crianças

Texto de: Augusto Nunes

Como surgiu a obra “A Pequena Grande Estrela dos Baixinhos” e o que retrata?

Esta obra surgiu para dar resposta à necessidade de se produzir mais artes de conteúdo infantil para evitar que as crianças se apeguem a conteúdos adultos, que por vezes não são apropriados para a sua etapa. A obra retrata as aventuras da estrela Marília, a estrela dos baixinhos, que consigo traz lições importantes para as crianças.

Como está estruturada e quanto tempo levou a sua preparação?

O livro tem a narrativa da estória, e no fim descreve as lições transmitidas ao longo do conto. Quanto à preparação, o corpo principal da obra foi escrito num período curto, mas levou quase dois anos para os acertos finais. Quais foram as suas fontes de inspiração? Fui motivado pela vontade de escrever uma estória que encantasse as crianças, para que lhes despertar o gosto pela leitura infantil, que é a mais adequada para a sua idade.

A quem coube a ilustração do livro?

A ilustração foi feita por um profissional Bayard Christ, que foi escolhido pela Plural Editores, também encarregada de solucionar todos os pormenores até à finalização da obra. Tive a honra de partilhar o palco com o um dos directores da Plural Editores durante o lançamento, o senhor Victor Ferreira, uma pessoa muito amigável e um bom profissional. Com este livro estarei também a transmitir uma certa educação às crianças que cá estiveram. Foi bom vê-los todos felizes, e o mais importante para mim é a instrução e o conhecimento que a obra vai passar.

Quantos exemplares foram editados e como serão distribuídos?

Foram editados 1000 exemplares nesta primeira edição, que estarão disponíveis nos diversos centros comerciais e escolas da cidade. Qual é o seu ponto de vista sobre o momento actual da literatura infantil no país? Neste momento, não está no seu ponto mais alto. Mas eu gosto muito de literatura infantil “angolana”, temos óptimos escritores, como a Cremilda de Lima, e outros.

O que deve ser feito em termos da temática?

Na minha opinião, devem ser resgatados os valores perdidos pelos jovens. Que outros projectos devem ser implementados para reforçar o plano de leitura? refi ro-me ao incentivo aos hábitos da leitura entre as crianças. Devem ser produzidas mais obras de arte viradas ao panorama infantil e lançar mais programas nas escolas que incentivem os pequenos a gostarem mais da leitura.

Qual será o seu próximo livro e o que retratará?

Já existem outras obras em progresso que futuramente serão mencionadas.

Quando é que começou o interesse pela literatura infantil e que o incentivou a publicar esta sua primeira obra?

Foi em 2015/2016. Quem me ajudou foi a minha sede por fazer coisas produtivas e significativas, mas reconheço que tanto o “querer” como o “fazer” ambos vêm de Deus.

Foi muito difícil?

Houve momentos difíceis, principalmente quando estava a procurar uma editora para ajudar-me nesse processo, mas não é impossível quando se tem talento e persistência. Um conselho aos papás, aos pequenos leitores, aos professores e aos encarregados de educação.

Aos encarregados e aos meninos, é muito importante desenvolver o hábito de ler, para que se possa ter uma educação e informação com propriedade. “Após lermos um livro, tornamo-nos pessoas diferentes”.

Moral da estória

Devemos primeiro tentar resolver as coisas conversando; Devemos ser gratos por toda a ajuda recebida; Nunca devemos optar pela vingança; Devemos ter em atenção os bons conselhos que nos dão; Devemos preocupar-nos sempre com os amigos.

O autor

Jovem calmo e divertido, muito motivado para ensinar e partilhar conhecimentos com as crianças, Alberto Magno Filipe de Almeida, conhecido por “Alfi lipe”, nasceu em Luanda em 1997.

O seu interesse pela literatura surgiu depois de terminar o ensino médio, em 2015, quando passou a conviver com as crianças do Centro Infantil gerido pelos seus pais. Actualmente, é estudante de Engenharia Mecânica na África do Sul.