Um grupo de chineses está a lutar nos tribunais da Holanda pelo regresso do cadáver de um monge budista à terra onde viveu. Mas há um problema. É que o corpo do homem está dentro de uma múmia coberta de ouro. Zhang Qisan é o nome de um monge budista chinês que morreu entre 1022 e 1155 e era venerado em Yangchun e Dong Pu, duas localidades situadas no Sudeste do país. Durante mais de mil anos, a múmia do homem ficou escondida dentro de uma escultura banhada a ouro. O objecto extremamente valioso desapareceu há algumas décadas e os habitantes pensaram que o tinham perdido para sempre.
Até que, em 2013, foi feita uma tomografia computorizada a uma figura semelhante e cujo proprietário legal é o holandês Oscar van Overseen. O esqueleto que estava lá dentro pertence mesmo ao monge e os locais pediram que o objecto fosse devolvido. Dois grupos de habitantes juntaram- se e pediram às autoridades holandesas que o monge fosse devolvido. Na Quarta-feira passada sofreram uma importante derrota depois de o tribunal negar o pedido, uma vez que o grupo não tem “personalidade jurídica”, diz o jornal “El País”.
As fotos do Buda mumificado, com 1,2 metros de altura, deram a volta ao mundo. De Utrech chegaram a Yangchun e os habitantes locais reconheceram de imediato que se tratava do monge adorado. Van Overeem, que em 1996 pagou cerca de 40 mil euros pela figura em Hong Kong, garante que não se trata da imagem reclamada pelos chineses. Entretanto, o holandês, cansado da pressão que estava a sentir por causa da imagem, entregou-o a um homem chinês, que não foi identificado, que lhe tinha dito que o iria devolver à China. Apesar do revés, nem tudo está perdido para os chineses, que ainda podem recorrer da decisão do tribunal.