“Earth-Angola” é o título da obra com a qual o artista plástico lusoangolano, MiguelBarros, representa o país na exposição internacional colectiva realizada na Mega Arte Gallery, na Bienal de Veneza
A obra representa uma paisagem de Angola, com a qual o artista transmite um sentimento de bem-estar e harmonia dos anos vividos neste país, onde teve o privilégio de conhecer o melhor do ser humano, na generosidade, solidariedade e verdade entre uns e outros.
Feita sobre chapa de zinco, revestida com folha de ouro, o quadro, segundo o artista, foi pintado com óleo misturando a terra vermelha de Angola, que levou ao Canada.
Este é considerado como um pigmento natural das ‘Terras de África’, que utiliza como elemento principal para desenvolver a composição da pintura.
“Na verdade, foi uma pintura que fiz durante muito tempo, é um quadro que foi sendo pintado durante dois anos.
Acho que isso aconteceu porque me sentia bem na sua presença e era uma pintura constantemente inacabada.
Talvez agora entenda a razão disso, no fundo era uma forma de estar sempre presente numa terra que tanto bem me fez à vida e ao espírito”, disseem conversa com OPAÍS.
Miguel Barros referiu que se trata de uma exposição internacional, com artistas plásticos convidados, oriundos de vários continentes, como da Europa, América do Norte, Ásia e África, conforme disse, “em que representa Angola cheio de orgulho e humildade”.
A par das artes, na Bienal serão realizadas outras actividades culturais junto das várias galerias e representados, desde colóquios, conferências e partilha de conhecimentos.
“Penso que é sempre um momento de grande oportunidade, entre todos, de partilharem conhecimento e como o envolvimento de cada pessoa na sua realidade, dos seus países, têm perspectivas diferentes e muitíssimo enriquecedoras entre uns e outros, na abordagem sobre a vida, e como existe lugar para todos sem atropelos”, disse.
Satisfeito com os resultados, contou que em consequência da sua participação foi-lhe proposto participar no próximo mês, Julho, na exposição, em Veneza, na Art Gallery Mega Art em associação com a Art Studio Loreta Larkina Art Gallery, no Grande Canal.
O profissional observa que todo e qualquer grande mercado envolve o interesse e procura de investidores, interessados em angariar peças originais de arte da mais diversa e distinta expressão artística, que cada um utiliza no seu trabalho, como forma de expressão e de se expressar.
São trabalhos com os quais, partilham dúvidas e problemas contemporâneos do mundo social e politico.
“Sou, totalmente, apologista e defensor de que, através da cultura, arte, educação, formação, todas as sociedades viverão muito, em maior harmonia, mantendo as suas culturas, tradições, e formas diversas de viverem a vida, porque no fim tudo passa num ápice, e o importante é o exemplo que deixamos para as gerações futuras”, disse.
Miguel Barros nasceu em Lisboa, em 1962.
Estudou no IADE, onde completou o Bacharelato em Design de Comunicação, em 1984.
Foi responsável pelo Design de diversas peças da Vista Alegre, realizando, igualmente, edições de Serigrafia para a Technal e Chicco.
A pintura acaba por se tornar a sua única actividade, tendo participado em mais de quatro exposições colectivas e algumas individuais.
Está representado em diversas colecções públicas e privadas, tanto em Portugal como no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, França, Alemanha, Índia, Moçambique, Angola, Noruega, Reino Unido, Brasil e EUA.