Preparada ao pormenor, a XI Edição do Feskizomba, a realizarse a 29 de Setembro no Hotel Epic Sana, em Luanda, juntará para Grande Final do concurso 18 concorrentes com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, provenientes de diferentes províncias do país. Aníbal da Silva, presidente das Organizações África Cultura (OAC), a promotora do evento, fala dos passos já adiantados, das inovações e de outros projectos de promoção de novos talentos no domínio da música kizomba.
Como decorrem os preparativos da XI Edição do Feskizomba, a de 2018, e que inovações terá?
Os preparativos para a grande final do Feskizomba Angola 2018 decorrem a bom ritmo. Este ano, as inovações introduzias resumem-se, pela primeira vez, no acompanhamento dos concorrentes ao vivo, pela Banda Musical Jabumba.
O que já foi adiantado e o que falta fazer?
Neste momento temos 70 por cento dos preparativos cumpridos. E os restantes 30 pensamos ultrapassá-los nos próximos dias.
Quantos concorrentes se inscreveram este ano e que províncias representam?
Foram inscritos inicialmente 120 concorrentes de várias províncias do país, Luanda, Bengo, Cabinda, Uige, Zaire, Huíla e Cuanza-Norte.
Quantos passaram para a fase seguinte e quais foram os critérios de selecção dos concorrentes?
Passaram para fase final 18 concorrentes e os critérios de selecção foram: ter entre os 18 e 35 anos, apresentar uma música inédita, que será analisada ao pormenor por um corpo de cedida jurados composto por elementos idóneos e entendidos na matéria. Nesta criteriosa selecção, o júri baseou-se em quatro aspectos: harmonia, afinação, ritmo e a letra. Na grande final vamos concentrar-nos mais na interpretação, na expressão, na comunicação, no público, na desenvoltura e na postura em palco. Quanto a isto não tivemos nenhuma dificuldade, porque estão todos muito bem encaminhados.
Como estão os concorrentes em termos de aulas de canto e quais são os profissionais envolvidos neste processo?
Os concorrentes estão muito bem enquadrados e sob orientação de um professor de música. Temos um director artístico e um professor de música.
Quando iniciaram os ensaios e quanto tempo demoram?
O processo começou no dia 1 de Fevereiro e terminou a 30 de Abril (fase de inscrição) e neste momento estamos na segunda fase com os 18 concorrentes apurados para a grande final do Feskizomba Angola 2018.
Quando e onde será realizada a fase final do concurso?
A fase final será realizada no Salão Angola do Hotel Epic Sana e contará com o suporte da Banda Jabumba.
Como está constituído o júri?
O júri está constituído por um músico e jornalista cultural, um professor de canto e instrumentos musicais.
E acerca dos prémios.
Os três primeiros classificados terão direito, para além do troféu, a um vale para compras nas lojas da ANGOMART e outros prémios que na devida altura vamos informar.
Como surgiu o Feskizomba e quantas províncias estiveram representadas no concurso pela primeira vez?
O Feskizomba surgiu como a lufada de ar fresco de que a música angolana necessitava, de facto, em 2008, com oito províncias. É uma família que une pessoas de diferentes universos, para os que nunca cantaram é uma grande oportunidade para pôr à prova o seu talento. E para os que já cantaram é para poderem melhorar e avançar. O Feskizomba é uma iniciativa que nos propusemos realizar. Recordo-vos, que pelo mesmo festival já passaram vários artistas, entre os quais Mamaro Capassa, Kiaku Kiadaff, Ary Homem, Camilo Domingos Júnior, Neide da Luz, Margarida de Castro, entre outros músicos. É um evento focado na descoberta de novos talentos musicais, estimular a criatividade artística e promover a troca de experiência entre os cantores da nova e a velha geração. O festival também já homenageou os músicos Pedrito, Eduardo Paim, Carlos Burity, Jacinto Tchipa e os Irmãos Almeida, Isidora Campos, Érika Nelumba, e, muito brevemente, renderá tributo ao também consagrado músico Don Caetano.
Lembra-se de alguns nomes que tentaram a sorte e não conseguiram?
Já passaram nomes como o kiaku kiadaf, Ary homem e tantos outros, mas não venceram
Qual é o músico que as Organizações África Cultura prevêem homenagear nesta edição?
Como já é tradição nas edições do Feskizomba, vamos nesta edição homenagear o músico e compositor angolano Don Caetano, pelo seu contributo em prol da divulgação, preservação e afirmação da música popular angolana.
Quando é que o Feskizomba será realizado fora de Luanda?
Tudo esta a depender dos governos provinciais. Já manifestamos a nossa intenção, mas até agora não recebemos nenhuma resposta. Estamos abertos a propostas das províncias.
Onde poderão ser adquiridos os ingressos e quanto custam?
Os ingressos poderão ser adquiridos na Discoteca Valódia, na Stromp e no Hotel Skyna, em Luanda, ao preço de 2500 Kwanzas.
Perfil do músico homenageado
Dom Caetano começou a dar os primeiros passos no canto aos 16 anos, na década de 1970, em companhia de amigos, tendo no mesmo ano formado a Banda “The Seven Boys”, no Bairro Sambizanga. Subiu pela primeira vez ao palco em 1973, no Centro Cultural Os Anjos, no Sambizanga e foi acompanhado pelo Conjunto Os Astros. Nesse mesmo ano, em companhia de alguns amigos dos bairros Mota e Cabuite, formou o Conjunto “Os Sete Amigos”.
Ainda em 1973, actuou nos “Surpresa 73”, do Rangel, como guitarrista baixo. Passou também pelos Sete Incríveis, do Sambizanga. Em 1977, Dom Caetano seguiu para a República de Cuba, integrando um grupo de estudantes angolanos, oriundos de vários pontos do país, na condição de bolseiro. Em Cuba, Dom Caetano forma uma versão angolana do duo “Los Compadres”, que, na sua origem, era formado pelos anfitriões cubanos Lourenço Rensuelo e Henrique Rensuelo, tio e sobrinho. De 1985 a 1996 actuou como vocalista nos “Jovens do Prenda”, passando pelo “Instrumental 1º de Maio”. De 1999 a 2001 passou pela Banda Movimento, na altura filiada ao Movimento Nacional Espontâneo. De 2003 até à presente data, está ligado à Banda Movimento da Rádio Nacional de Angola.
Prémios
Como vocalista dos Jovens do Prenda, Dom Caetano foi vencedor do Prémio Welwitchia, com a canção “Nova Cooperação”, atribuído pela Rádio Nacional de Angola, em 1987. Em 1991 ganhou o Prémio da União Nacional dos Camponeses de Angola com a canção “O Meu Chão Tem Tudo”. Foi ainda vencedor do primeiro e único Prémio Sonangol da Canção, em 1996, com a música “O Pecado Carnal”. Ficou em sétimo lugar, num universo de 10 concorrentes, no primeiro festival da canção política, organizado pela JMPLA, em 1982, na cidade do Huambo.