A realização de eventos infantis ainda tem ocorrido de uma maneira tímida no país. As actividades realizadas têm sido pouco concorridas pelas crianças, que devem ser orientadas ou encaminhadas pelos pais, para um maior contacto com as artes
Está é uma situação que preocupa o produtor e encenador, Paulo Bolota, que lamenta o facto de nos eventos infantis realizados, em vários espaços, haver pouca aderência das crianças, porque não são levadaspelos encarregados de educação.
Segundo o também director artístico da companhia Get Teatro, as actividades são realizadas aos Sábados, no período da manhã.
Apesar de ser num período em que muitos encontram-se em casa, dizem estar atarefados, com outras preocupações, que os impede de ir a estas actividades.
Mesmo no período da tarde, ou aos Domingos, mostram-se indisponíveis, por considerarem altura de estarem em eventos familiares, bem como ir à igreja.
“Aos Sábados de manhã dizem ir às compras, à tarde em eventos familiares.
É uma série de desculpas que os pais apresentam, para não levarem os filhos ao teatro.
Não só ao teatro, como para uma série de actividades infantis que tenho realizado”, lamentou.
Paulo Bolota avançou que no dia 1 de Junho nota-se uma enchente nas actividades, “mas depois disso tudo pára.
Fica-se mais um ano à espera para que os pais levem os filhos ao teatro e a outras actividades”.
“Infelizmente, não temos uma adesão em massa aos eventos.
O grupo vai crescendo, mas são quase sempre as mesmas pessoas.
Por isso, não podemos dizer que há uma adesão em massa, porque, de facto, não há”, aclarou.
Preocupado com o desenvolvimento criativo das crianças, alerta que o contacto com as artes as leva a abrirem os horizontes, assim como a lógica, o raciocínio e o pensamento, tornando-se mais fácil à apreensão do conhecimento das disciplinas académicas.
“Os pais devem prestar mais um pouco de atenção à importância da arte no desenvolvimento infantil.
Muitas vezes há aquela dificuldade de que a criança não sabe matemática.
É só darmos uma forma criava a esta disciplina que ele vai perceber.
Se for uma criança que tem ligação com a arte, será mais fácil ele entender”, constatou.
A par desta situação, as suas actividades têm ocorrido aos fins- de -semana, em vários espaços.
O encenador explica que, regularmente, em dois fins-de-semana realiza no Camões, Centro Cultural Português, a apresentação de peças de teatro e contos infantis.
Para este Sábado, 10, a Companhia Get-Teatro e Animação Infantil apresenta o espectáculo “Crianças Somos Todos”, no Auditório Pepetela, a partir das 10 horas, com o qual almeja celebrar este mês, Junho, dedicado às crianças.
“Para este mês, ao invés de fazer peças de teatro, decidimos fazer uma coisa diferente, que se baseia, fundamentalmente, no facto de ‘todos sermos crianças’, ou termos uma criança em nós”, disse.
Sem um guião daquilo que poderá acontecer, segundo o responsável, a actividade vai resumir-se em uma hora de brincadeira, entre jogos, animação, onde o público será convidado a interagir com os actores.
“Vamos ter algumas brincadeiras como anão/gigante, a dança das cadeiras.
Isso depois, os actores que estão preparados para isso, como actores e como animadores, na hora vão notar o que o público mais vai pedir”, avançou.
Na sua agenda, para este mês, vão ainda realizar outros eventos, de carácter privado, aos colégios, festas de aniversário, actuação nos shoppings, entre outros.
Para Julho, consta a estreia de uma peça teatral com a qual almeja mais uma vez envolver os mais pequeninos.
“Quanto a esta, ainda estamos um pouco indecisos, por conta da questão das férias, já que são duas peças previstas, a serem preparadas e não sabemos ao certo qual vai”, disse.
