A decisão da OPEP de proceder a cortes na produção para aumentar o preço do petróleo parece estar a surtir efeito. Desde o início do mês de Janeiro, por exemplo, a barril de Brent, referencia para às exportações de Angola, continua a subir desde os primeiros dias do mês em curso, abrindo boas perspectivas para os países produtores, como é o caso de Angola. Ontem, 09 de Janeiro, o preço do barril de Brent estava cotado a USD 60, com uma subida de pouco mais de USD 1.39 em relação ao período de venda anterior. Esta subida, em relação aos últimos dias de Dezembro, é igual a um dólar por dia.
Apesar do avanço, o preço do também chamado “ouro negro” fica oito dólares abaixo do projectado no Orçamento Geral do Estado de Angola para 2019, em execução desde o dia 1 de Janeiro. Sobre o assunto, o Presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), acredita que a situação climatérica na Europa, marcada por um forte inverno, esteja na base da subida do preço do petróleo. José Severino sublinha que “o petróleo está a subir um pouco por causa do Inverno e deste segundo corte feito pelos membros da OPEP, que começou a vigorar no princípio deste mês”, explica, lembrando que Angola é integrante da OPEP, cuja primeira tentativa de corte não produziu os efeitos desejados. “O segundo corte está a funcionar”, reconheceu.
O responsável da AIA admite que o petróleo continuará a subir, mas não acredita que chegará aos USD 70, acreditando que pode aproximar- se aos USD 68. “Não é do interesse dos Estados Unidos que o petróleo ultrapasse a barreira dos USD 70 ”, frisou, acrescentando que depois de ultrapassado o mau tempo na Europa o crude voltará a cair. No dia 31 de Dezembro de 2018, os preços do petróleo avançaram com sinais positivos ao nível da comercialização da matéria-prima. O WTI ganhou 0,08 dólar para se estabelecer em USD 45,41 por barril, enquanto o Brent subiu 0,59 cêntimos de dólar para fechar em USD 53,80 o barril.
Na reunião de Dezembro, a OPEP e alguns outros grandes produtores de petróleo, incluindo a Rússia, prometeram cortar a produção em 1,2 milhão de barris por dia, com vigência a partir de Janeiro de 2019, e já começaram os cortes. Angola corta, na sua produção, mais de 29 mil barris de petróleo por dia. A matéria-prima representa mais de 90% das exportações do país. A produção dos Estados Unidos não sofre alteração, assim como as suas reservas. Em Dezembro, por exemplo, estimava-se uma reserva de 441,4 milhões de barris, 8% acima da média de cinco anos. No dia 14 de Dezembro, os deputados votaram, na globalidade, o OGE para o próximo exercício económico, numa altura em que o preço do barril de petróleo do tipo Brent, que serve de referência para às exportações de Angola estava a ser comercializado por USD 60, chegando mesmo a tocar os USD 59.