Produto Interno Brunto cai 4,3% em 2017

Produto Interno Brunto cai 4,3% em 2017

O PIB apesar de registar uma ligeira melhoria, se considerarmos a variação apurada no terceiro trimestre do ano transacto, de -4,7%, manteve-se em terreno negativo pelo segundo trimestre consecutivo. As maiores variações negativas verificaram-se nos subsídios, impostos sobre os produtos, intermediação financeira e de seguros, e nas pescas em 73,3%, 37,8%, 23,5% e 20,3%, respectivamente.

A economia continua a ressentir-se do choque na procura, resultante da redução do preço do petróleo nos mercados internacionais, que contribuiu para a redução da liquidez e divisas necessárias, na economia, para a manutenção do financiamento da actividade económica, o que exigiu, por parte do Executivo, a implementação de medidas macroeconómicas contracíclicas, necessárias para a redução dos desequilíbrios internos, e que poderão estar na base da moderada recuperação da economia, durante o período em análise.

O Governo pretende privatizar 74 empresas públicas, no médio prazo, com maior destaque para as ligadas ao sector industrial, segundo dados do Prospecto da última emissão de eurobonds.

O processo de privatização que consistirá na transferência total ou parcial, da propriedade das empresas ou da sua gestão, da tutela pública para a privada, foi autorizado pelo titular do poder executivo através do Despacho Presidencial de nº 19/18 de 20 Fevereiro 2018.

A sua implementação poderá encetar maior eficiência e aumento da capacidade produtiva, potencializar a melhor racionalização dos recursos disponíveis, o que poderá se reflectir positivamente na competitividade no mercado. Ainda de acordo com o Prospecto, de 2013 a 2017, aproximadamente 29 pequenas empresas foram privatizadas, o que gerou receitas para os cofres do Estado na ordem dos USD 23,4 milhões.

De realçar que o prazo previsto para a apresentação do plano de privatizações, ao titular do poder Executivo, foi de 60 dias a partir da data de publicação do Despacho realizada no dia 8 de Fevereiro de 2018. A nova Lei de Investimento Privado, aprovada no dia 17 de Maio, exclui a obrigatoriedade do limite mínimo de USD 1.000.000 e a participação de 35% de capital nacional nos investimentos estrangeiros.

A aprovação do presente instrumento jurídico reflecte uma maior abertura do país ao investimento privado, numa altura em que o país se depara com desafios financeiras e reduzidas poupanças para o financiamento da economia.

Assim sendo, a remoção das barreiras à entrada de novos capitais, a redução da burocracia e a simplificação dos processos, poderão potencializar o nível de investimento privado, fundamentalmente, os ligados às pequenas e médias empresas, o que poderá impulsionar a criação de novos empregos e auxiliar o processo de diversificação da economia.

A produção petrolífera referente ao mês de Abril registou redução de 7,8 mil barris/dia face ao período anterior, situando-se em 1,515 milhões barris/dia, segundo as fontes secundárias do recente relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

A redução representa a terceira consecutiva, destacando que desde o início do ano corrente a produção do país tem seguido tendência decrescente. Durante o primeiro trimestre a produção do país fixou-se em 1,562 milhões barris/dia, que corresponde a uma redução de 4,05% em relação ao trimestre anterior.

O desempenho da indústria petrolífera angolana poderá reflectir a redução do investimento que se tem registado nos últimos anos, com particular destaque para redução do investimento directo estrangeiro no sector petrolífero que de 2013 a 2017 registou uma redução de 70%, segundo os dados divulgados no Prospecto da última emissão de eurobonds.

Espaço Internacional

EUA

A produção industrial referente ao mês de Abril registou incremento de 0,72%, desempenho que supera em 0,02 p.p. a variação verificada no mês anterior. A contribuir positivamente para o desempenho do sector industrial, estão a variação positiva de 0,4% na manufactura, e de 2,5% na produção de máquinas. Destaca-se que a performance positiva da indústria é consecutiva em três meses.

Os Estados Unidos da América atravessam um período positivo da sua economia com taxas de crescimento de 2,3%, inflação acima de 2% e taxas de desemprego na ordem dos 3,9%, dados referentes ao período em análise.

Os pedidos iniciais de subsídio de desemprego apurados ao longo da segunda semana do mês de Maio registaram incremento de 5,2%, ao fixarem-se em 222 mil pedidos.

O aumento de pedidos surge numa altura em que a taxa de desemprego encontra-se nos 3,9% (registo de Abril de 2018) e a economia apresenta uma dinâmica positiva, com taxas de crescimento superiores a 2%. Importa ressaltar, que o registo apurado dos pedidos de subsídio de desemprego representa o maior nível das últimas quatro semanas.

Zona Euro

O crescimento económico da Zona Euro apurado durante o primeiro trimestre de 2018 atingiu 2,5%, em termos homólogos, que corresponde a uma desaceleração de 0,3 p.p. face ao último trimestre de 2017. Os países como a Letónia, Polónia e a Republica Checa registaram maiores crescimentos do PIB, 5,2%, 4,9% e 4,5%, respectivamente. Por outro lado, apenas a Dinamarca registou redução (-0,8%). Em comparação ao último trimestre de 2017 quando variou 0,7%, a economia registou uma desaceleração para 0,4% no primeiro trimestre de 2018.

Alemanha

O crescimento económico apurado no 1º trimestre de 2018 desacelerou 0,3 p.p. em relação ao trimestre anterior, ao expandir a uma taxa de 0,3%. O desempenho da economia poderá reflectir a redução dos gastos públicos e do comércio internacional, em virtude das incertezas associadas aos efeitos das políticas comerciais proteccionistas dos EUA sobre os produtos da Zona Euro, onde a Alemanha é a maior economia.

Importa destacar que a taxa de crescimento verificada corresponde ao pior desempenho da economia nos últimos cinco trimestres. Em termos homólogos o crescimento do país atingiu 2,5%, uma ligeira desaceleração face aos 2,9% referentes ao último trimestre de 2017.