As Reservas Internacionais Líquidas referente ao mês de Maio situaram-se em 14,6 mil milhões USD
Os dados preliminares do Banco Nacional de Angola referentes ao mês de Maio demonstram que as Reservas Internacionais Líquidas atingiram 14,6 mil milhões USD, registo que corresponde a um incremento de 14,2% face ao mês anterior, mas a uma redução de 19% quando comparado ao período homólogo.
A variação mensal poderá reflectir o aumento do preço das ramas petrolíferas angolanas. Importa destacar que apesar da variação mensal atingir o maior nível desde final de 2011, que corresponde ao início da série histórica, o montante das reservas corresponde ao maior nível desde Outubro de 2017, quando se fixou em 15,26 mil milhões USD.
O Índice de Preços no Consumidor registou variação mensal de 1,2% em Maio. O Índice de Preços no Consumidor, tendo como referência Luanda, apresentou durante o mês de Maio uma variação mensal de 1,20%, sendo que em termos homólogos aumentou 20,65%.
Durante o período em análise destacase que a taxa de inflação acumulada atingiu 6,41%, um incremento de 1,26 p.p. face ao mês anterior. Se por um lado os preços das classes de “Lazer, Recreação e Cultura (Classe 09)”, “Bens e Serviços Diversos (Classe 12)” e “Vestuário e Calçado (Classe 03)” registaram as maiores variações de 2,30% 1,53% e 1,32%, respectivamente, por outro lado, as classes de “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas (Classe 1)”, seguida da classe de “Bens e Serviços Diversos (Classe 12)” e de “Vestuário e Calçado (Classe 03)” apresentaram as maiores contribuições para a taxa de inflação apurada com 44% e 12,53% e 10,05% do total, respectivamente.
Importa ressaltar que para o ano corrente a taxa de inflação homóloga deverá situar-se em 23%, conforme previsão apresentada no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022. As receitas petrolíferas apuradas no mês de Maio atingiram 253,36 mil milhões AOA.
A receita fiscal arrecadada com a exportação de crude situou-se em 253,36 mil milhões AOA no mês de Maio, o que representa um aumento de 102,7% face ao período homólogo. Durante o período em análise as receitas com Impostos sobre a Produção Petrolífera (IPP), os Impostos sobre o Rendimento do Petróleo (IRP) e as Receitas das Concessionárias registaram aumento de 170%, 92% e 92%, respectivamente.
O incremento das receitas reflecte o aumento do preço médio das ramas angolanas que atingiu 68,81 USD/barril em Maio, um aumento de 35% face ao período homólogo, sendo que, a quantidade exportada registou redução de 3%. Importa ressaltar, que a depreciação do Kwanza face ao dólar norteamericano poderá ter contribuído também para a variação apurada.
O rácio de crédito mal parado sobre o crédito total bruto fixou-se em 31,4% em Abril. O crédito mal parado apurado no mês de Abril manteve-se em 31,4% do total de crédito disponibilizado à economia, o mesmo nível verificado no mês anterior.
A conjuntura económica adversa reflectida nas altas taxas de juro activas, associada ao menor desempenho económico, à redução da capacidade de criação, retenção de emprego, e de incremento do rendimento, continuam a ser determinantes para a capacidade das empresas e famílias honrarem com os compromisso do serviço da dívida junto do sistema bancário.
Destaca-se que durante o mesmo período registou-se um aumento do nível de crédito na economia que se situava em 5.011,94 mil milhões AOA, uma variação de 2% face ao mês anterior. Importa ressaltar que o actual nível de crédito mal parado na economia representa o maior desde Janeiro de 2011.
Espaço Internacional
EUA
A Reserva Federal norte-americana (Fed) decidiu, na reunião de Junho, aumentar as taxas de juro de referência em 0,25 p.p., com o limite superior a fixar-se em 2% e o inferior em 1,75%, o segundo incremento do ano corrente.
A suportar a decisão do Comité Federal de Mercado Aberto norte-americano está o desempenho positivo do mercado de trabalho e da inflação ao longo do mês de Maio, com a taxa de desemprego a atingir mínimos históricos, 3,8%, e a inflação a situar-se em 2,2%. Durante a mesma reunião, o Comité estipulou os prazos para a normalização da taxa de juro básica que se perspectiva atingir 2,4% até o final de 2018, aumentar para 3,1% até finais de 2019 e 3,4% no ano seguinte, prevendo-se mais dois aumentos no ano corrente, três em 2019 e um em 2020.
Zona Euro
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter inalteradas as taxas de juro directoras, com a perspectiva de que se mantenham estáveis até finais de 2019.
A decisão fundamentou-se na avaliação feita à economia que registou crescimento real no Iº trimestre tendo-se situado em 0,4%, uma moderação de 3 p.b. face ao período anterior, tal como, a ligeira aceleração da inflação homóloga, medida pelo índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que se fixou em 1,9%, um aumento de 7 p.b. face aos níveis verificados em Abril último.
Destaca-se que na mesma reunião, o BCE decidiu manter o programa de compra de activos até Setembro de 2018 na ordem dos 30 mil milhões EUR e reduzir para 15 mil milhões EUR até Dezembro de 2018.
Reino Unido
O défice da balança comercial apurado no mês de Abril agravouse em 64% em relação ao mês de Março, ao fixar-se em 5.280 milhões GBP, como resultado do aumento das importações em 0,7%, para 55,27 mil milhões GBP e redução das exportações em 3,2%, para 49,99 mil milhões GBP.
Destaca-se que o saldo apurado reflecte o maior nível desde Setembro de 2016 e acontece numa altura em que o país se prepara para a saída da União Europeia, que deverá se efectivar em Março de 2019.