Mar de Benguela não dá tréguas aos pescadores artesanais

Mar de Benguela não dá tréguas aos pescadores artesanais

Na manhã de Segunda-feira foram dados como desaparecidos 4 pescadores artesanais, uma vez mais, nas águas da Baía Farta, província de Benguela, que eram esperados em terra na manhã de Domingo. Hoje somam-se 5 dias desde a última vez em que foram vistos

Por: Zuleide de Carvalho, em Benguela

Há cinco dias, quatro homens fizeram-se ao mar para pescar, com perspectivas de pernoitar em alto mar e regressar, como habitualmente, Domingo às 10h. Todavia, até ao final do dia de ontem continuavam desaparecidos.

Na tarde de Sábado, 18 de Novembro, a embarcação “Boa Esperança”, a motor, com 6,5m de comprimento, partiu do Sul da Baía Farta, a 40Km da sede, rumando mar adentro, em sentido Norte.

Na embarcação seguiam António Dunga, de 24 anos, natural de Benguela, Daniel Cândido, de 19 anos, do Dombe Grande, Quintas Canivete, de 21 anos, do Namibe, e Xadré Mucaca, de 24 anos, natural de Quilengues.

O armador do barco, Domingos Teleno, possui quatro embarcações, e apesar de já ter ouvido relatos de desaparecimentos no mar, nos 12 anos em que trabalha nas pescas nunca lhe tinha acontecido situação tão aflitiva.

As famílias dos desaparecidos encontram-se muito preocupadas, revelou Domingos Teleno, garantindo que as medidas de segurança foram cumpridas à risca, e o barco estava munido de remos e de mantimentos, “levaram comida que pode chegar a uma semana”, como precaução.

 

Desta vez, as buscas começaram no mesmo dia

Às 9h da manhã de Segunda-feira, ao tomarem conhecimento, tendo a queixa sido feita à Polícia de Guarda Fronteira, pelo armador Domingos Teleno, as autoridades marítimas disseminaram a informação entre todos os responsáveis, planeando intervir.

Por coincidência e sorte, uma embarcação da Direcção Provincial das Pescas, em trabalhos de rotineiro, saída do Namibe e regressando a Benguela, quando informada sobre o desaparecimento foi a primeira a encetar buscas, no sentido Sul–Norte.

Entretanto, ontem, após as coordenações, que exigiram a envolviamento das entidades marítimas provinciais, a direcção provincial das Pescas e a Capitania do Porto do Lobito fizeram-se ao mar, em buscas, dirigindo-se à partida para Norte. Para apurar o número de agentes engajados nas buscas, OPAÍS contactou o chefe de segurança marítima da Capitania do Porto do Lobito, Mário Campos, ao que respondeu: “a tripulação do barco.”

E, sobre a rota que as buscas seguiram, o chefe de segurança marítima declarou: “o barco está a procurar erraticamente, porque ninguém sabe onde eles estão.” Segundo dia de buscas sem resultados positivos E as buscas não tiveram sucesso. Ontem à tarde, Anjo Costa, responsável provincial da fiscalização pesqueira, anunciou: “demos por terminada a operação devido ao mau tempo que registamos a Norte e a Sul do Egipto Praia”.

Deste modo, de acordo com Anjo Costa, a retoma ao mar, à procura dos quatro pescadores desaparecidos, há já quatro dias, ficou garantida para hoje. Já Francisco Nicolau, chefe do Posto Naval da Baía Farta, da Polícia fronteiriça, informou ontem que, caso as buscas do segundo dia fossem igualmente infrutíferas, estarão em condições de colocar hoje um barco no mar.