Navio angolano de investigação científica já atingiu águas holandesas

Navio angolano de investigação científica já atingiu águas holandesas

O navio oceanográfico de investigação científica angolano, baptizado “Baía Farta”, tem como missão proceder ao levantamento dos principais recursos pesqueiros e relacionar a sua dinâmica com a variabilidade ambiental

Por: Borges Figueira

O navio angolano de investigação científica denominado “Baía Farta” encontra-se já em águas internacionais perto da Holanda, revelou esta Quinta-feira a ministra das Pescas e do Mar, Vitória de Barros Neto, na cerimónia de inauguração do novo mercado de peixe na praia da Mabunda, distrito da Samba, em Luanda. O navio é uma estrutura de investigação científica oceanográfica de Angola que terá como objecto avaliar o volume e as caracteristicas dos principais recursos pesqueiros e relacionar a sua dinâmica com a variabilidade ambiental.

O navio chega ao país no primeiro semestre de 2018 e estará sob gestão do Instituto de Investigação Pesqueira e Marinha. Na ocasião, a ministra das Pescas e do Mar considerou que o pescado constitui uma importante fonte de fornecimento de proteína animal à população, daí a necessidade da construção do mercado de peixe da Mabunda, com capacidade para albergar mais de 400 vendedoras, para acolher e comercializar o elevado volume de pescado que actualmente ao mesmo aflui, sendo comercializado em condições inadequadas.

“O Executivo, através do Ministério das Pescas e do Mar, investiu no melhoramento das condições de venda nesse mercado. Apostou na qualidadas infra-estruturas e dos equipamentos para tratamento das águas residuais, conservação de pescado, assim como nas condições de higiene, de modo a oferecer um pescado com qualidade e garantir a defesa do consumidor”, sublinhou a governante.

“De referir que, com o decorrer dos anos, e fruto do longo período de guerra que assolou o país, um grande número de cidadãos deslocou- se do interior do país para a capital, tendo muitos deles se instalado na zona costeira, onde se dedicam à compra, venda e salga de pescado como forma de sobrevivência”, acrescentou.

Segundo a governante, foram levadas a cabo inicativas de integração das peixeiras em cooperativas, cadastramento dos pescadores, treinamento das peixeiras e sensibilização das mesmas na senda das boas práticas de manuseamento e comercialização do pescado.

Por outro lado, será implantado um sistema de recolha e tratamento dos resíduos de pescado, evitando assim a poluição marinha e a contaminação dos produtos localmente comercializados, tendo sido igualmente criadas condições para a concentração das descargas do produto da pesca artesanal em local único.

Os actos de manutenção, gestão e monitorização do produto será feita pelos órgãos competentes, aos quais caberá a responsabilidade de garantir a sua funcionalidade, em observância das normas e padrões higieno-sanitários nacionais e internacionais.