Angolanos e sul-africanos industrializam funje de milho

Angolanos e sul-africanos industrializam funje de milho

Apesar do processo industrial, os produtores asseguram que o produto dispõe de todas as propriedades e nutrientes de um funje caseiro.

POR: Domingos Bento

O funje de milho, um dos mais apreciados alimentos das famílias angolanas, está agora a ser industrializado para permitir um fácil consumo por parte dos seus apreciadores. O produto, conhecido também como pirão na parte sul de Angola, está a ser fabricado e embalado na África do Sul para, numa primeira fase, ser comercializado e consumido no mercado angolano.

Esmélia Correia, representante do produto, fez saber que a iniciativa partiu de um empreendedor sul-africano conhecido como Les Oeslfse que, conhecendo o valor e a importância que as famílias angolanas dão ao funje, decidiu industrializá-lo de forma a valorizar e alargar o seu consumo. “A parte sul-africana é quem pensou e criou a fábrica.

A nossa parte, como angolanos, foi prestar o nosso conhecimento sobre o modo e a técnica tradicional de confeção do funje”, explicou.Esmélia Correia disse que, apesar de ser industrializado, o alimento não leva conservantes nem corantes e é confecionado normalmente com os padrões tradicionais e dispõe de todos os nutrientes e vitaminas de um funje normal feito em casa.

Conforme explicou, o diferencial está apenas na embalagem de 250 e 500 gramas que foram preparadas com produtos específicos de forma a conservar o produto até um período de 12 meses. “A farinha é sul-africana. E o modo de preparação é puramente angolano. Durante a confeção não se usou nenhum produto químico. É tudo natural e tradicional.

O segredo está apenas na embalagem e nas argolas que selam o produto. A embalagem foi preparada com produtos laboratorialmente aprovados e que vão
permitir a estabilidade e conservação do funje até um ano”, frisou. De acordo com Esmélia Correia, a industrialização do produto foi pensado para permitir que as pessoas apreciadoras do alimento possam desfrutar do mesmo em qualquer lugar e a hora que quiser.

“As embalagens são práticas, permitem as pessoas transportarem o funje em qualquer sítio. O consumo é fácil, depois de ser aberto pode ser aquecido em micro ondas ou água aquecida durante dois minutos. Janeiro começam as vendas No entanto, Esmélia Correia, que não revelou o valor investido na produção do funje industrial, avançou que as primeiras quantidades do produto começam a
ser comercializadas oficialmente no próximo mês de Janeiro.

O público- alvo, revelou, serão as pessoas que têm uma vida de bastante correria e que não têm tempo de cozinhar o produto. “Há muita gente que aprecia o funje, mas não têm tempo de temperar. Logo, a nossa ideia é facilitarmos a vida destas pessoas com preços a partir de 200 kwanzas por cada embalagem”.
Esmélia Correia realçou ainda que o produto só não está a ser fabricado em Angola devido aos custos de produção.

Mas, num futuro breve, prevê-se instalar uma fábrica em Luanda de forma a facilitar os consumidores. “Como disse, o nosso alvo é o mercado angolano. Mas também soubemos que há muitos estrangeiros que gostam do nosso funje. Vamos, depois de lotar o mercado nacional, exportar os produtos noutras partes do continente”.