Pai acusado de violar quatro filhas é sentenciado hoje

Pai acusado de violar quatro filhas é sentenciado hoje

O pedreiro, de 63 anos, que terá violado sexualmente as suas quatro filhas, conhece a sentença hoje pelo Tribunal Provincial de Luanda. Trata-se de um crime que decorria há anos sob intimidações.

POR: Romão Brandão

Depois de produzidas as provas em julgamento, cujas sessões ocorreram nos dias 21 e 23 de Novembro, Diogo António João Cardoso conhece ainda hoje, na 7ª Secção da Sala de Crimes Comuns do Palácio Dona Ana Joaquina, a sentença respeitante aos crimes de que é acusado. Natural do Kuanza Norte e morador no bairro Tala Hady, Cazenga, está a ser acusado de ter violado as suas quatro filhas de 14, 15, 19 e 20 anos, respectivamente.

As filhas de 14 e 15 anos foram violadas pela primeira vez aos sete anos de idade, quando se encontravam sozinhas em casa. Começou a manter relações sexuais com as filhas que agora têm 19 e 20 anos quando estas tinham apenas 12 e 10 anos, respectivamente, usando o mesmo estratagema. Durante anos, o réu foi mantendo relações sexuais com as ofendidas sob a ameaça de as castigar caso contassem o que se passava a quem quer que fosse, principalmente à familia.

Este comportamento foi denunciado por uma das filhas, a vítima de 15 anos de idade, que queixou-se aos pastores da Igreja Bom Deus, em vésperas do baptismo, alegando que era objecto dos prazeres sexuais do seu próprio progenitor. Em consequência disso, perante os seus familiares, Diogo Cardoso assumiu a prática do crime e entregou-se ao Comando da 3ª Divisão do Cazenga, isto em Novembro de 2016.

Agora em tribunal, o réu reconheceu a prática do crime, acrescentando ter-se aproveitado da inocência das ofendidas quando estava sob efeito do álcool. As vítimas são filhas de mães diferentes. O acusado tem 21 filhos, fruto de cinco relações amorosas, alguns dos quais, à data das ocorrências, não eram registados, como é o caso de três das quatro vítimas.

Por conta disso, três das vítimas viram-se forçadas a abandonar a escola. As mães alegaram, em entrevista a OPAÍS, que Diogo Cardoso sempre se mostrou indisponível quando solicitado para tratar dos documentos dos filhos.