Presidentes turco e palestino criticam movimento dos EUA em Jerusalém

Presidentes turco e palestino criticam movimento dos EUA em Jerusalém

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apelou Quarta-feira para que o mundo islâmico reconheça Jerusalém como a capital da Palestina, enquanto o Presidente palestino, Mahmoud Abbas, contestou qualquer envolvimento dos EUA no processo de paz.

Dirigindo-se a uma Cúpula extraordinária da Organização da Cooperação Islâmica (OIC) em Istambul, Erdogan convidou os países a reconhecerem “Jerusalém como a capital da Palestina ocupada”, enquanto Abbas pediu ao mundo que reconheça o Estado da Palestina.

O líder turco descreveu a decisão do Presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital israelita como uma ameaça para toda a humanidade, pedindo a Washington que anule a sua decisão “errada, provocatória e ilegal”.

“A decisão dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, acima de tudo, significa punir os palestinianos que provaram muitas vezes que buscam a paz e não a violência”, disse Erdogan. “Os EUA perderam o seu papel de mediador no processo de paz Israel-Palestina, e nunca permitiremos que, no futuro, os EUA participem do processo”, determinou Abbas.

Falando numa reunião com os seus homólogas da OCI antes da cúpula, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, exortou os Estados membros a encorajarem outros países do mundo a reconhecerem Jerusalém Oriental como a capital palestiniana com base nas fronteiras de 1967. “A Palestina precisa de ser reconhecida por outros países”, exortou. A OCI é a segunda maior organização intergovernamental depois das Nações Unidas, com uma participação de 57 estados espalhados por quatro continentes.

À medida que a Turquia mantém a cadeira rotativa do grupo, Erdogan exigiu uma cúpula extraordinária destinada a elaborar um roteiro a seguir pelas nações muçulmanas, enquanto se opõem à decisão dos EUA sobre Jerusalém. Uma declaração conjunta será emitida na conclusão dessa cúpula de uma dia. O estatuto de Jerusalém está no cerne do conflito entre Israel e a Palestina, já que os palestinianos esperam por um estado independente com Jerusalém Oriental como sua capital.