Não foi, não

Não foi, não

Antes que me esqueça e o ano termine, falo já. Para depois não me acusarem de ter esperado e tal e tal. Este ano de 2017 não foi um ano bom. Verdade mesmo.

POR: José Kaliengue

Apesar do entusiasmo de toda a gente com as medidas do novo Executivo, apesar da esperança que se instalou nas pessoas, apesar de ter visto gente a dançar em festa porque o fulano foi exonerado, mas o fulano que foi exonerado vai ter um rico Natal e quem festeja… se já recebeu o salário já vai com sorte. 2017 trouxe aos angolanos uma esperança renovada… este termo… a outra renovada já se sabe no que deu.

Então, é melhor dizer que trouxe uma nova esperança. Mais confiança e mais patriotismo também. Na verdade, fez-nos acreditar no futuro, coisa a que não estávamos muito habituados. Vivíamos o dia-a-dia e nada mais. Agora aprendemos a pensar, a esperar e até a querer fazer um amanhã melhor. Este ano despertou-nos, mas não foi um ano bom na sua plenitude. Mas, no meio desta festa toda com as exonerações dos outros e com o dinheiro que será repatriado, mas que não resolverá o problema dos dólares, saiba-se já, o melhor é cada um atirar-se ao seu trabalho.

Porque este ano ainda correu cheio de malária e de mortes, às escuras, com muita torneira seca, quase impossível de viajar de carro porque as estradas não o permitem e as escolas públicas ainda nem têm casas de banho limpas. Este ano teve, porém, uma virtude, ensinou-nos a esperar por 2018, que será mais duro, mas poderá, este sim, se as coisas forem bem-feitas, ser um ano bom.