Rosa Soares volta aos escritos com o livro “Flores não são para os mortos”

Rosa Soares volta aos escritos com o livro “Flores não são para os mortos”

Depois de no ano passado apresentar “O nosso Natal”, Rosa Soares, voltou às bancas para apresentar a sua quarta obra, intitulada “Flores não são para os mortos”, na Quarta-feira, 20, em Luanda

POR: Jorge Fernandes

Trata-se de um romance dividido em oitos capítulos espelhados em 206 páginas, ao longo das quais a estória desenrola-se, segundo o escritor António Setas, a quem coube a apresentação da aludida obra, o relato de uma adolescente de 16 anos, chamada Kristalyne. Ela conta uma depressão nervosa que a sua mãe sofreu, causada em grande parte pelo seu passado amoroso, não o que ela tinha vivido durante cerca de 16 anos ao lado do seu marido, que a amava, mas sim ligado a uma história de amor vivida antes do seu casamento.

Uma depressão tão violenta que levou-a a uma primeira tentativa de suicídio falhada, e pouco tempo depois, à segunda tentativa, que foi fatal. Um drama para aquela família, que vivia em perfeita harmonia. Uma mãe primorosa que tinha pedido à sua filha para tratá-la por “Bússola”, pois era isso que ela era para Kristalyne, um marido carinhoso e uma filha muito educada. A concordância exemplar, instalada numa profunda união de sentimentos. Por sua vez, o também escritor Isis Hembe, referiu que este livro abrange todas as esferas da sociedade pelo facto de ter uma boa capacidade interpretativa, sob os vários pontos de vista a serem tirados a respeito da narrativa.

Adesão

Um momento particular e invulgar quando se trata de apresentação de livros. O espaço para a cerimónia de apresentação foi pequeno para tanta procura. Jovens, sobretudo de livro ao peito, afluíram em busca de um autógrafo. Jacinto Miguel e Laura Simão foram alguns destes jovens que acorreram à busca do romance “Flores não são para os mortos”. Questionados pelo OPAÍS sobre as motivação da sua presença no local, foram unanimes em afirmar que aquele acto desmente a máxima segundo a qual a juventude não gosta de ler.

“É uma jovem engajada, começou a escrever muito cedo, a sua história de vida motiva que sigamos as suas pegadas. Tal como a autora mesmo disse, ninguém sabe tanto que não possa aprender mais, e ninguém sabe tão pouco que não possa ensinar”, justificou. Refira-se que esta obra já foi fonte de inspiração para uma peça exibida pelo grupo teatral Horizonte Njinga Mbande, estreada na mesma ocasião, bem como de uma canção interpretada pelo músico Black Beury.

Perfil

A jovem escritora Rosa Soares conta apenas com 21 anos de idade. Aos 17 publicou a sua primeira obra “Uma Versão Diferente da Vida”, lançado em 2013, que lhe valeu o prémio “Criança Visionária”, 1ª Gala de Valorização de Capital Humano. Seguiram- se os livros “Met(amor)fose” e “O nosso Natal”. Este ano concluiu uma formação de dois anos na African Leadership Academy, em Joanesburgo (África do Sul), onde estudou Escrita e Retórica, Literatura Africana, Artes Criativas e Literatura Inglesa pelo Cambridge International A Levels.