Primeiro crime do ano em Benguela foi cometido por agente da Polícia Nacional ao assassinar a esposa

Primeiro crime do ano em Benguela foi cometido por agente da Polícia Nacional ao assassinar a esposa

Um agente da Polícia residente no bairro do Alto Niva, município da Catumbela, tirou a vida à sua própria mulher nas primeiras horas do primeiro dia do ano de 2018 por esta não ter aceitado consumir bebida alcoólica.

POR: Constantino Eduardo, em Benguela

A sociedade benguelense está bastante chocada com a morte de uma cidadã, de 22 anos de idade, causada pelo próprio marido, na sequência de uma discussão entre o casal, momentos antes do convívio de ano novo. Tudo aconteceu quando o autor forçou a vítima a consumir bebidas alcoólicas, mesmo sabendo que ela não consumia álcool. Os vizinhos lamentam o facto e relataram que a madrugada festiva transformou-se numa circunstância de dor. “Quando todo o mundo estava em alegria, o senhor resolveu matar, à sangue frio, a sua própria esposa.

Estamos muito chocados”, desabafou um morador do bairro Alto Niva. Para consumar este crime, o autor fez recurso a objectos contundentes, como uma picareta, com que golpelou a vítima várias vezes na cabeça. “Aconteceu uma tragédia entre o meu pai e a minha mãe. Chegaram a brigar e o meu pai feriu a mãe, com picareta, e também com cacos de garrafa”, confessou um filho à RNA.

O facto já é do conhecimento da Polícia Nacional. Em declarações à RNA em Benguela, o superintendente-chefe Pinto Caimbambo, porta-voz da Polícia Nacional, salientou que as motivações do crime ainda são desconhecidas, todavia adianta que, ao que tudo indica, o presumível autor sofre de perturbações mentais. “E também, avanço, é agente da Polícia Nacional, que terá pegado na picareta e desferiu golpes à sua esposa”, revelou. O oficial da Polícia Nacional confirmou a detenção do acusado e avançou que apresenta fortes indícios de um perturbações mentais.

“Até esse preciso momento, não é possível falar com ele, porque apresenta sinais de loucura, não sei qual é o diagnóstico, não sei o que se pode dizer”, considerou. Reagindo à tragédia a “OPAÍS”, um cidadão questiona a Polícia Nacional, – “supondo que seja verdade, e que o acusado sofra mesmo de perturbações mentais – como é que a Polícia mantinha um demente na sua corporação? – Uma pessoa que sofre de perturbações mentais, ou melhor, um maluco, pode ser Polícia? Tem condições para garantir segurança à população?”, perguntou, esperando contudo que o Serviço de Investigação Criminal em Benguela esclareça melhor o caso, para que as responsabilidades sejam apuradas e justiça seja feita.