Deputada da uNITA “atira” responsabilidade dos lexus à Assembleia Nacional

Deputada da uNITA “atira” responsabilidade dos lexus à Assembleia Nacional

Ainda envolta em polémica a compra destes novos carros para os deputados da legislatura (2017-2022), Helena Bonguela lamenta o drama dos pais e encarregados de educação e justifica-se alegando que a compra destes não passou pelo debate

Por: Neusa Filipe

A deputada do grupo parlamentar da UNITA Helena Bonguela Abel reconheceu, ontem,27, em declarações a OPAÍS as razões por que a população tem estado a protestar em torno da compra de viaturas Lexus para os deputados, porém, responsabilizou a direcção da Assembleia Nacional pela sua aquisição.

A deputada defendeu-se dizendo que “como mãe se sente indignada” ao ver o drama por que passam os pais e encarregados de educação relativamente à falta de qualidade nos sectores da educação e da saúde, ao mesmo tempo que observa que o Orçamento Geral do Estado (OGE) continua a sacrificar estes dois sectores.

Helena Bonguela justificouse alegando que a exigência dos deputados, particularmente os da sua bancada, no que respeita à compra de carros para os parlamentares, não era para aquele tipo de viaturas, mas outros mais modestos. “A compra desses Lexus não passou pelo debate na Assembleia Nacional.

A direcção da Assembleia é que deve responder por isso, porque o meu grupo parlamentar nunca esteve a favor”, disse. E acrescentou: “ Eu sinto tanto quanto outras mães por não termos o ensino de qualidade que desejamos para os nossos filhos”, reiterando que a questão da compra dos Lexus, se fosse discutida no parlamento a sua bancada não aprovaria.

Orçamentos que não satisfazem

A nossa fonte defendeu uma maior abertura na projecção do Orçamento Geral do Estado(OGE) e disse ainda que a fatia atribuída aos sectores da Saúde e da Educação não satisfaz as perspectivas da população. Reforçou que, enquanto o debate do OGE continuar a decorrer atrás de portas fechadas, a esperança de se ver grandes mudanças estará longe de acontecer, defendendo que antes da sua projecção deveria haver um debate entre as várias esferas da sociedade civil e forças políticas.

“Os debates que estão nesse momento a decorrer na Assembleia deveriam ser abertos a fim de abrangerem todas as camadas sociais, com transmissão em directo nas televisões e nas rádios para que a população possa acompanhar o posicionamento de cada deputado”, sugeriu.

Refira-se que o OGE referente ao exercício económico do ano em curso está a ser discutido pelas Comissões de Especialidade da Assembleia Nacional, cuja aprovação final está prevista para 15 de Fevereiro.