Carta do leitor: Carta aberta ao Executivo

Carta do leitor: Carta aberta ao Executivo

O Conselho Nacional da Ordem dos Psicólogos de Angola, na sua reunião do dia 26 de Janeiro do ano corrente, realizada na sua sede, manifesta a sua profunda preocupação sobre a proliferação de igrejas ou seitas religiosas no nosso país, transformando assim Angola num corpo inerte onde cada abutre vem debicar o seu pedaço, como dizia o Presidente Agostinho Neto.

Dados oficiais dizem que existem em Angola 1200 igrejas ilegais e 81 igrejas legalizadas. Após uma análise desse flagelo, o Conselho Nacional constatou que a motivação principal da maioria dessas igrejas ou seitas consiste em: extorquir dinheiro e bens dos seguidores, desvirtuar os preceitos básicos e espirituais da igreja cristã, interesses políticos não confessos, desestruturar e desvirtuar a família angolana, intrometer- se na cultura angolana, por exemplo, as seguidoras não arquivo/opa ís podem cuidar do seu corpo, não podem fazer beleza feminina, não podem usar brincos nem outras jóias levando-as a um envelhecimento precoce, subjugação da mulher etc., criar um clima de conflitos, desobediência e revolta entre filhos e país, entre membros de família entre outros processos malignos de socialização.

Não podem partilhar a vida com aqueles que não são da mesma seita. Como consequência, observa-se um elevado nível de desestruturação familiar e social, crença na feitiçaria no seio da família, elevado nível de patologias do fórum mental provocadas pela incapacidade de absorver conceitos e preconceitos dessas novas confissões religiosas muitas vezes dissonantes com o sistema cognitivo existente, perdendo a capacidade de um raciocínio lógico, do espírito crítico ao fundamentalismo religioso, ao fanatismo em torno do pastor ou profeta, numa só palavra a despersonalização.

Também, prevê-se uma instabilidade social com repercussões políticas nefastas pelo que advertimos as autoridades competentes para se analisar o fenómeno antes que seja tarde. Um grama de prevenção vale mais que uma tonelada de cura. Para terminar, é mais fácil reconstruir uma casa destruída que uma mente dilacerada.