Filme: Fenómeno social “Manga de 10” retratado em filme

Filme: Fenómeno social “Manga de 10” retratado em filme

O realizador Henrique Narciso “Dito” traz em cena a problemática “Manga de 10”, cuja estreia está marcada para Abril

Ao longo 45 minutos, o filme é baseado em factos reais e narra a história de um casal de jovens, Walter (Filipe Cuenda) e Massoxi (Maweza Monteiro), de cuja relação resulta o nascimento de duas filhas. Walter é um jovem formado em Cuba e por motivos alheios à sua vontade encontra-se desempregado há nove anos, sendo por isso sustentado pela esposa Massoxi.

Massoxi é uma mulher zungueira que depois de algumas lutas consegue um emprego para Walter, o esposo, onde por sinal faz sucesso e conhece saltos significativos na carreira profissional. Passado algum tempo, Walter conhece Sheila (Lindição Fernan-des), uma linda jovem pela qual se apaixona, sendo que ela é frequentadora de quimbandas com o propósito de “prender” homens.

Movido pela beleza estonteante da jovem, Walter decide abandonar Massoxi e as filhas para então juntar-se à sua nova concubina. Massoxi, que é apenas uma vendedora de rua, mulher humildade, é uma serva fiel e temente a Deus, sem se questionar o motivo que levara o esposo mudar repentinamente, reza e entrega tudo às mãos de Deus. Sem passar muito tempo, em consequência das constantes orações de Massoxi, Walter regressa ao seio da sua família.

Escolha do título De acordo com Henriques Narciso “Dito”, o facto que o motivou a projectar o filme prende-se com o elevado número de senhores de idade que se relacionam intimamente com adolescentes.

Uma prática hoje bastante comum na sociedade angolana. Todavia, visando desencorajar tais práticas e promover uma reflexão à volta desta realidade, o filme surge de forma dramática para evidenciar as consequências desses relacionamentos que acabam por desestruturar famílias. Referiu-se, por outro lado, bastante ansioso que, por extensão, a película “Manga de 10” ponha termo ao fenómeno “Catorzinha”, e cause um impacto positivo na sociedade como um todo.

O realizador Henrique Narciso “Dito” é operador de câmara da Televisão Pública de Angola (TPA) há mais de 15 anos, onde começou a dar os primeiros passos como assistente de câmara, aos 16 anos de idade.

A partir da década de 1990, participou nas gravações de quase todas as novelas e mini-séries de produção nacional produzidas pela TPA