Cabo Verde quer fazer de Angola seu principal parceiro estratégico

Cabo Verde quer fazer de Angola seu principal parceiro estratégico

O ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades e ministro da Defesa de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, garantiu o apoio do Governo cabo-verdiano à Angola numa possível candidatura do país a membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas em representação da União Africana (UA)

POR: Rila Berta

O responsável pela diplomacia e Defesa de Cabo Verde afirmou haver vontade da parte do Governo do seu país de reforçar as relações históricas, com base na confiança e para que haja total mobilidade entre os dois povos. Luís Filipe Tavares prestou estas declarações ontem, durante as conversações oficiais entre as delegações ministeriais de Angola e de Cabo Verde, decorridas no Salão Nobre do Ministério das Relações Exteriores. O ministro cabo-verdiano garantiu o apoio do Governo caboverdiano à Angola nas suas pretensões enquanto potência africana, com realce para o apoio a uma possível candidatura do país a um lugar de membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em representação da UA.

“O nosso candidato é Angola. Nós tudo faremos na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e na UA para que, caso Angola decida apresentar a candidatura, tenha em Cabo Verde um aliado, um país amigo para o ajudar a conseguir este feito”, afirmou. Disse haver pretensão de se promover o investimento dos dois lados. “A distância física não nos separa, antes, sempre aproximou Cabo Verde de Angola”, disse, admitindo ser necessário rever os instrumentos assinados entre os dois países. Por sua vez, o ministro angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto, disse que a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades e da Defesa de Cabo Verde traduz os laços culturais e de amizade existentes entre os dois países, bem como a vontade comum de elevar as relações de cooperação económica.

No âmbito da cooperação bilateral, existem cerca de 40 instrumentos jurídicos assinados, de natureza abrangente ou específica, entre acordos protocolares, convenções e memorandos que, de acordo com Manuel Augusto, necessitam de ser reanalisados. “Para aferirmos da sua actualidade e eficácia”, justificou. O chefe da diplomacia angolana disse ser necessário retomar a realização da 8ª comissão bilateral, sendo que a última aconteceu em 2008, conforme noticiamos na edição de ontem.

O ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades e ministro da Defesa de Cabo Verde está em Angola desde Sábado último, em visita oficial. De acordo com Joaquim do Espírito Santo, director para África, Médio Oriente e Organizações Regionais do Ministério das Relações Exteriores, conforme ontem OPAÍS divulgou, esta visita visa preparar a vinda do primeiro-ministro de Cabo Verde. “Ele virá numa altura em que as autoridades angolanas estiverem disponíveis para o receber”. Contudo, avançou estar prevista para o primeiro semestre do corrente ano a realização da visita. As relações entre Angola e Cabo Verde foram formalizadas em 1977. Desde então os dois países têm rubricados vários protocolos cujas implementações conheceram períodos altos e baixos.

ERRATA

Na edição anterior, nº 1013, escrevemos que o embaixador Joaquim do Espírito Santo era embaixador de Angola em Cabo Verde. Entretanto, o Embaixador Joaquim do Espírito Santo é director para África, Médio Oriente e Organizações Regionais do Ministério das Relações Exteriores. Por este erro pedimos desculpas.