Editorial: Não temos de passar fome

Editorial: Não temos de passar fome

Por este país, principalmente no centro e Sul, é normal ver-se silos para cereais e é também frequente saber-se que servem para nada. Investimentos enormes foram efectuados, dinheiro aplicado, esperanças depositadas. Mas continuamos a importar comida. Além da Faculdade de Ciências Agrárias, no Huambo, existem estações agronómicas também na Huíla, Cuanza-Sul, Malanje e noutros locais. Há muito conhecimento acumulado sobre a agricultura e a pecuária em Angola. Há volumes e volumes de literatura. O que tem faltado então? Como se justifica que os silos da Huíla, instalados ao longo do caminho- de-ferro, estejam vazios? Quem os está a gerir? As mesmas perguntas podem-se aplicar sobre a exploração comercial dos efectivos bovino, caprino e ovino, sobre os matadouros industriais que o país tem. Que gestão é feita das terras aráveis, das sementes e das raças animais? A nossa segurança alimentar depende das boas respostas a estas perguntas e da acção que sobre elas se exercer. Há potencial para se alcançar a segurança alimentar em pouco tempo, basta arregaçar as mangas.