É mesmo para não mudar

É mesmo para não mudar

Bem que o Presidente da República pode repetir vezes sem conta o seu discurso do melhorar o que está bem e corrigir o que está mal, nós estamos tão carinhosamente agarrados a certas coisas que não as queremos mudar.

POR: José Kaliengue

São coisas que nem estão mal para serem corrigidas, simplesmente não deveriam estar, sequer. Não fazem sentido, são absurdos totais, mas lhes “amamos” mesmo assim. Com isto, também vamos alimentando a ideia de querermos todos ser presidentes, ou algum chefe importante, para termos o direito a coisas básicas, que deveriam ter sido já adquiridas. É até vergonhoso escrever sobre isso, mas se é real… Só quero ver a promoção turística angolana, tem de ser tudo turismo radical. Porque a pessoa tem de vir já espiritualmente preparada para coisas como chegar a Benguela na véspera da ida do Presidente e o aeroporto da Catumbela (que ainda não tem nome) ter os elevadores a funcionar, escadas, ar condicionado, etc. No dia posterior à saída do Presidente, volta tudo à primeira forma, calor é calor lá dentro, porque aquilo é tudo vidro e sem passagens de ar, mesmo estando à beira mar e à mercê da brisa marinha que lhe fecharam lá fora, não tem passaporte. Mas, assim, este hábito de nos aldrabarmos a nós próprios vai até quando? João Lourenço tem de arranjar sósias que se espalhem por aí, para termos o lixo recolhido, os aeroportos a funcionar, os jardins bonitos, os hospitais tipo hospital mesmo. Só assim, porque os nossos chefes já decidiram que há coisas que não são para mudar, nem o jajão de governar e de gerir.